Maresca revelou que Guardiola foi a sua maior inspiração. Foto: Imago
Maresca revelou que Guardiola foi a sua maior inspiração. Foto: Imago

Maresca: «Jogar contra o Barcelona de Guardiola fez-me querer ser treinador»

Treinador italiano recordou também o início de carreira, quando saiu de casa aos 11 anos, para rumar ao Milan: «Foi terrível»

A atravessar um dos momentos mais marcantes da sua carreira e da sua vida, Enzo Maresca abriu o coração durante o Festival Desportivo de Trento, onde falou sobre o percurso que o levou dos relvados de Itália e Espanha ao banco de Stamford Bridge.

Aos 11 anos, Maresca deixou a terra natal de Salerno rumo ao Milan, decidido a seguir o sonho de ser jogador. «Foi terrível, não façam isso com os vossos filhos», recordou com sinceridade. Depois, construiu uma longa carreira, que o levou a Inglaterra e Espanha, onde viveu alguns dos seus melhores momentos.

«No Sevilha, foi maravilhoso. Tive a sorte de marcar dois golos na final da Liga Europa e de trabalhar com Pellegrini, de quem aprendi muito. E foi em Espanha que conheci a minha esposa, mãe dos meus quatro filhos. Falando disso, não há comparação entre ser treinador e ser pai. Este último é muito mais difícil, porque nunca sabes qual é a decisão certa.»

«O futebol que sempre me fascinou foi o de Guardiola»

No Chelsea, o técnico tem vivido emoções fortes... e nem sempre contidas. Após a vitória sobre o Liverpool, no passado dia 4 de outubro, o técnico celebrou com tanta paixão junto dos adeptos que acabou expulso. «Não consegui conter-me. Foi a primeira vez que vencemos depois dos 90 minutos e logo contra o campeão inglês.»

Curioso por natureza, Maresca recordou os grandes treinadores com quem trabalhou, mas admitiu que a principal inspiração veio de um... rival. «Quando era jogador, adorava entender o jogo. Tive grandes treinadores - Ancelotti, Lippi -, mas o futebol que sempre me fascinou foi o de Guardiola. Talvez jogar pelo Sevilha contra o Barcelona tenha feito nascer o desejo de ser treinador.»

Maresca guiou o Chelsea à conquista do Mundial de Clubes. Foto: Imago

Agora, já como técnico, garante que o foco não está nos títulos, mas na evolução coletiva: «Os jogadores são os verdadeiros intérpretes. O meu papel é melhorá-los. É assim que a equipa cresce.»

Entre confidências, Maresca revelou ainda uma divertida troca de papéis dentro da própria família. «Quando eu jogava, a minha mãe achava que os jogadores tinham sempre razão e nunca os treinadores. Agora, acha que os treinadores é que estão certos. A minha mulher é o contrário: antes dizia que os treinadores tinham razão, agora diz que são os jogadores.»