«Marco Silva é o melhor treinador português da atualidade»
Depois de mais de 20 anos como treinador de guarda-redes/adjunto, Hugo Oliveira deu um passo em frente e assumiu o comando técnico do Famalicão em dezembro de 2024.
Quase um ano depois, a carreira do técnico de 46 anos no emblema da Liga pode dizer-se que tem sido de sucesso: são 14 vitórias em 32 jogos, e o quinto lugar do campeonato no que se leva de 2025/26.
«Penso que o facto de termos chegado a meio da época passada, num momento em que o clube estava algo deprimido, quase um ano sem vencer em casa... Trouxemos princípios, trouxemos uma mentalidade coletiva... é criar dentro do balneário, do edifício, do relvado, uma forma de viver. Uma forma de viver em conjunto», começou por dizer, em entrevista ao Give Me Sport.
«Não acredito que possamos separar o momento defensivo do jogo do momento ofensivo... as equipas que defendem bem, certamente atacam bem. Somos muito agressivos quando perdemos a bola... somos uma das equipas que joga e defende mais subida no terreno... O avançado é o primeiro a defender e o guarda-redes é o primeiro a atacar», explicou.
Antes de se mudar para Famalicão, Hugo Oliveira trabalhava com Marco Silva no Fulham, numa ligação que já vinha de há quase dez anos.
«Para mim, a vida consiste em desfrutar dos momentos. Depois da minha família, a primeira pessoa a saber que eu ia dar este passo foi o Marco Silva. Ele deu-me muita responsabilidade. E na Premier League, jogas contra os melhores treinadores do mundo e começas a ter as tuas próprias ideias. Quando surgiu o projeto certo, achei que era o momento», contou.
«O Marco é um dos melhores treinadores da Premier League e, para mim, o melhor treinador português da atualidade. É completo, é global e um treinador muito inteligente. Essa sua ambição foi muito importante para mim», continuou.
O treinador sente-se identificado com o projeto que tem em Famalicão e destaca um nome do plantel: Gustavo Sá.
«O Gustavo é aquilo a que costumo chamar o 'box-to-box' moderno, um médio moderno, forte não só com bola, mas também sem ela. O seu potencial de crescimento é enorme», elogiou, sobre o capitão dos famalicenses.
«Foi uma decisão que tomámos em conjunto para ajudar também o Gustavo a crescer, porque ele tem a mentalidade certa. Não se trata apenas da interpretação tática dos momentos ou das decisões técnicas; a tomada de decisão está também relacionada com a parte emocional», argumentou, antes de destacar outros jovens: «Um dia aparece o Mathias Amorim. Noutro dia, o Gustavo, o Léo [Realpe] e outros jogadores. Mas o barco principal que nos leva a todos é o Famalicão.»
«Na época passada, alcançámos a segunda melhor classificação da história do clube. Quando falámos sobre esta temporada, o objetivo era evoluir. Evoluir pode significar obter uma melhor posição na tabela ou praticar um futebol mais forte e eficaz. A classificação será uma consequência da nossa competência e do trabalho diário», defendeu ainda.
«FC Porto? Temos o nosso modelo, temos de ser fiéis a nós próprios»
Para o duelo deste fim de semana com o FC Porto, Hugo Oliveira dá a receita: manter a identidade.
«Temos o nosso modelo, temos de ser fiéis a nós próprios. Vamos lutar para vencer em todos os jogos. Queremos viver, não sobreviver. O futebol tem de ser um espetáculo, porque, no final, estamos a ajudar as pessoas a ter bons momentos na vida.»
«Precisamos de perceber onde o adversário nos pode criar perigo, onde pode tirar vantagem. Se ganharmos, será à nossa maneira. Se perdermos, temos de ter a consciência tranquila de que fomos fiéis aos nossos princípios», referiu.
Hugo Oliveira trabalhou com Cristiano Ronaldo na Seleção Nacional e elogia a mentalidade do capitão português, avançado do Al Nassr. Além disso, acredita que Portugal é um dos favoritos a vencer o Mundial 2026.
«O Cristiano continua faminto. Ele tem fome. Era um jovem e agora continua igual. Essa mentalidade pode ser contagiante para a seleção portuguesa. Talvez o seu último Mundial possa ser uma forma incrível de terminar a sua carreira na seleção.»
«Penso que temos uma geração que tem de lutar pela competição. Somos uma das cinco melhores seleções que vão lutar para vencer o torneio», antecipou.
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