Sem espaço no FC Porto, é totalista em Famalicão: «Vai chegar a outros patamares»
A segunda metade da época passada já tinha servido de prenúncio ao que estava por vir. Rodrigo Pinheiro é hoje um dos indiscutíveis do Famalicão de Hugo Oliveira e os números não deixam margem para dúvida: o lateral-direito soma 900 minutos na atual edição da Liga, que fazem dele um dos dois totalistas dos minhotos na prova, a par do guarda-redes Lazar Carevic.
No domingo, o internacional sub-21 português, agora com 23 anos, vai viver uma tarde especial, uma vez que os minhotos recebem o líder FC Porto, clube onde Rodrigo concluiu a formação e se estreou como profissional, na equipa B. Faltou, porém, cumprir o sonho de pisar o relvado do Dragão em jogos oficiais, algo que, aos olhos de Israel Dionísio, tem uma explicação simples.
«Na altura em que o Rodrigo estava no FC Porto, as oportunidades de o vermos num patamar acima eram escassas. Não estou a dizer que é culpa de X ou Y, mas, ao verem-no jogar agora, no Famalicão, poderia ser feita outra avaliação», afirma o treinador, que trabalhou com Pinheiro nos sub-17 portistas, a A BOLA.
Inicialmente «fechado», o lateral cresceu no Olival até se afirmar como promessa da defesa e cimentar um lugar no FC Porto B, onde acumulou mais de 100 partidas.
«Era um miúdo com uma personalidade vincada, mais fechado. Sinto que quando conseguimos criar confiança com ele, houve o tal clique. Estas capacidades que ele mostra agora já eram percetíveis, pelo que não me surpreende o estatuto que ganhou no Famalicão», refere Dionísio, que vê o camisola 17 como «protótipo de lateral» no futebol atual. «Tem algo que o futebol moderno procura cada vez mais: a velocidade com que conduz a bola e a forma como consegue surgir por dentro. Vemos muito isso nas grandes equipas», atesta.
Talvez por isso o técnico aponte Rodrigo Pinheiro a voos mais altos. «A projeção dele pode ser ainda maior. A meu ver, tem um teto mais alto. Agarrou bem a oportunidade e vê-se que está a corresponder às exigências que vão aparecendo. Como tal, acho que pode chegar a patamares mais elevados», remata Israel Dionísio, elogiando o lateral que, na presente campanha, já marcou e assistiu pela turma famalicense.