João Coelho, treinador da equipa de voleibol do Sporting (Foto CEV)
João Coelho, treinador da equipa de voleibol do Sporting (Foto CEV)

João Coelho: «Acho que já não podemos falar de hegemonia do Benfica»

Treinador do Sporting feliz pela conquista da Supertaça pela segunda época seguida, quinta do clube, diz que não lhe falta nada a não ser tempo para os jogadores se conhecerem e elogia os dois clubes e alguns dos seus jogadores, pelo investimento que têm feito na midalidade

«Acho que conseguimos uns bons dois primeiros parciais, apesar do boco do Benfica ter estado extraordinário, mas nós ainda temos coisas a afinar. Estamos no início da temporada, com jogadores que chegam, com cinco dias com cinco dias de semana para treinar, é sempre mais difícil sermos constantes, mas gerimos bem o serviço nesse dois parciais», começou por referir o treinador João Coelho após o Sporting ter conquistado a 30.ª Supertaça masculina ao bater o Benfica por 3-1, com parciais de 25-23, 25-17, 24-26 e 25-23.

«Depois ficámos em grandes dificuldades com as alterações que o Benfica fez – o Muraf [Khan] realizou um jogo fantástico -, demorámos a acertar e quando nos preocupámos mais connosco, o nosso jogo começou a entrar, e elevamos outras vez os índices ofensivos – o Edson [Valencia] também fez uma grande partida -, por isso acho que ganhámos com justiça».

«Mas isto ainda está muito no início. É bom vencer, mas é sobretudo bom também ter os pés no chão, com grande humildade, e sem sobranceria para o que aí vem porque é tudo bastante difícil», foi dizendo o técnico dos leões em declarações à Sport TV apesar de ter mantido o troféu em Alvalade, o quinto do historial (1991, 1992, 1993, 2024, 2025) do clube.          

«Estas são duas equipas montadas para tentar o campeonato outra vez. Tenho uma direção que acredita na modalidade, pouca gente se calhar já acreditava e que acreditou hoje, tenho um staff incrível, que não me canso de elogiar. Não me falta nada… falta-nos agora um pouco mais de tempo com o grupo completo. Normalmente os jogadores precisarão de algum tempo entre si e o Sergey [Grankin], assim como o Jan [Galabov] só têm quatro dias, e mesmo com o Kelton [Tavares] e o Lourenço [Martins] há certos afazeres, mas isso é um processo».

«Estamos felizes, contentes, temos uma base importante de 10 atletas que transitam do ano anterior. Com máxima ambição, mas com o pés bem assentes no chão porque os adversários são de enorme valia», volta a reforçar Coelho que na passada temporada apenas deixou fugir a Taça de Portugal para o rival, sendo eliminado nos quartos de final pelo finalista vencido Leixões.

Questionado se está a conseguir interromper a hegemonia que o Benfica impôs nas últimas temporadas, João Coelho respondeu de imediato: «O plano é tentar ganhar». «Um clube destes tem de vencer, estar no topo e ficar lá. Tem que se construir a longo prazo a modalidade. Os alicerces têm de ser bem sólidos e duradouros.»

«Mas, creio que de hegemonia já não podemos falar depois da época passada que fizemos [Campeonato, Supertaça, Taça Ibérica] e com cinco dos últimos sete troféus conquistados. A alternância é ótima e muito positiva para a modalidade se as duas equipas se mantiverem ambiciosas e a representar dignamente o país além-fronteiras. São duas grandes instituições, dá dérbis, cada vez vamos ter mais público e por isso espero que o espetáculo também melhore e todos possamos valorizar a nossa modalidade», concluiu Coelho.