Hugo Oliveira e o FC Porto: «Qualquer ponto perdido pode fazer toda a diferença...»
O Famalicão recebe, este domingo (18 horas), o FC Porto, numa partida da 11.ª jornada da Liga, e Hugo Oliveira já projetou o embate com os dragões.
O técnico dos minhotos não teve qualquer problema em assumir o favoritismo do conjunto portista, acercando-se, para isso, do que mais real pode existir neste momento: a tabela classificativa.
«Vamos encontrar um adversário muito forte, difícil e que desde o início do campeonato está num momento muito bom. O FC Porto, pela sua classificação e pelos seus resultados, é, neste momento, a equipa mais forte do campeonato. O FC Porto tem uma forma de jogar própria do seu treinador, é um mix que tem dado resultado e vitórias. É um clube que ainda perdeu na presente edição da Liga. Vamos encarar este jogo como um bom desafio para nós, lutando, como sempre, pelos três pontos. Para isso, continuaremos a ser nós próprios. Jogar contra os melhores tem de nos dar mais gozo, mais prazer ainda. A responsabilidade que temos é a de sermos iguais a nós próprios e a de respeitarmos os nossos adeptos. E eles sabem que nós lutamos pelos três pontos em todos os jogos e neste não vai ser diferente», começou por dizer, na conferência de Imprensa realizada ao início da tarde deste sábado.
Francesco Farioli optou pela rotatividade no recente jogo europeu dos azuis e brancos, mas isso, na ótica de Hugo Oliveira, não significa maior ou menor dificuldade para o embate de amanhã: «A gestão do FC Porto [diante do Utrecht, para a UEFA Europa League], terá que ver com o tempo entre jogos. Mas isso não vai fazer um jogo mais fácil ou mais difícil. Será igualmente equilibrado, porque é sempre difícil jogar em Vila Nova, frente a um Famalicão que é competente e agressivo. Temos de ser humildes e honestos dizendo que a obrigatoriedade destes jogos é sempre das equipas que lutam para ser campeãs. Esta é uma Liga que vai ser disputada ao ponto e tanto o FC Porto como os seus rivais mais diretos sabem que qualquer ponto perdido pode fazer toda a diferença.»
E para desmontar taticamente o atual líder do campeonato, Hugo Oliveira deu exemplos curiosos, passando pelo Sporting de Ruben Amorim ou pelo Manchester City de Pepe Guardiola.
«Não dou muito para o peditório de que o FC Porto é uma equipa fácil de interpretar. Acredito, muito sinceramente, que os mais complexos sistemas são os simples. O Sporting do Ruben Amorim era extremamente fácil de identificar. O City de Guardiola durante algum tempo também foi fácil de perceber qual seria o ponto de partida. Mas depois as dinâmicas são muito diferentes. O FC Porto tem um jogo muito rotinado, muito vinculado a alguns movimentos, que gosta de atrair o adversário para depois agredi-lo, mas só pelo facto de nós acharmos que percebemos a dinâmica estática do jogo não nos deixa ver, por vezes, as múltiplas opções que esse jogar permite. Aquilo que eu gostava que acontecesse ao Famalicão era que chegássemos ao final do jogo e que lutámos como todos os outros lutámos», afirmou.
A concluir, o técnico dos famalicenses foi instado a pronunciar-se sobre a recente polémica no futebol português, que adveio do último jogo do FC Porto, diante do SC Braga, e que terminou com a acusação de pressão feita por Fábio Veríssimo, juiz que esteve nesse clássico no Dragão. Hugo Oliveira pede... paz: «Toda esta energia que é gasta no mundo futebolístico relativamente às arbitragens, principalmente entre os clubes grandes, devia ser gasta em criar condições para que os intérpretes do futebol, nomeadamente árbitros, jogadores, treinadores e dirigentes comunicasse mais. Que se sentassem para poder falar sobre tudo o que é o jogo e as relações entre todos. Para que tudo fosse mais pedagógico e para que a imagem do nosso futebol fosse diferente. Eu, muito sinceramente, gostaria de perceber o posicionamento dos árbitros, tal como gostava que fosse mais fácil perceber sobre os lances em que é ou não marcada mão. A cultura do futebol português deve ser ligada ao diálogo para que o espetáculo seja melhor.»
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