Viagem em económica só deu para o pontinho (a crónica)
UTREQUE - Desta vez, não houve golo nos instantes finais que trouxesse ao FC Porto os três pontos para somar aos seis já conquistados na UEFA Europa League. Contudo, o ponto não fica mal à história de um jogo onde houve maior domínio dos azuis e brancos e atrevimento do Utrecht. Todos saíram felizes, até o FC Porto, embora Farioli diga que não. Outras batalhas se seguem no calendário e a realidade é que o próximo jogo da Liga, em Famalicão, pesou nas escolhas do italiano. Nesse sentido, do mal o menos: a viagem em económica preservou as unidades mais massacradas, e o FC Porto continua saudável na prova europeia.
Farioli fez uma gestão já esperada do onze, lançando Gabri Veiga e Borja Sainz, que foram trunfos utilizados contra o SC Braga no decurso da 2.ª parte, no Dragão, promovendo a titularidade de Martim Fernandes, Zaidu, Prpic, Eustáquio, Pablo Rosario e Deniz Gul.
O jogo começou monótono, até que Veiga criou a primeira oportunidade com um remate próximo ao poste. Ainda que sem forçar muito, porque o tempo que os dragões sufocavam o adversário é uma memória que se dissipa rapidamente, o coletivo de Farioli foi somando aproximações à baliza de Barkas, guardião grego do Utrecht. Iniciativas de Borja, Pepê, Veiga e Eustáquio, deram forma à supremacia portista, mas sem que esse domínio ferisse verdadeiramente o Utrecht. Tanto assim é que os neerlandeses encheram-se de coragem para na parte final da 1.ª parte chegarem com verdadeiro sentido à baliza de Diogo Costa. El Karouani, lateral-esquerdo, recebeu a bola de Zechiel e disparou na direção da baliza, mas Martim Fernandes fez desvio precioso.
Parecia um alerta ominoso para a abertura do 2.º tempo. O FC Porto foi surpreendido por uma jogada bem ensaiada pelos adversários. El Karouani protagonizou um momento de grande visão, ao encontrar Miguel Rodríguez com um passe que apanhou toda a defesa azul e branca desprevenida. O espanhol não desperdiçou a oportunidade. A bola ainda desviou em Prpic antes de entrar, confirmando o golo que deixou o dragão em apuros.
Farioli não mexeu ao intervalo, mas fê-lo pouco depois deste golo. Pepê foi rendido por William, mas o Utrecht continuou a provocar palpitações aos dragões: Horemans, de livre, enviou a bola por cima da trave. Até que surgiu o momento que alterou os equilíbrios, com o golo de Borja Sainz, após um primeiro remate de Deniz Gul, e a expulsão de Barkas, por agressão a Gabri Veiga. Belo bónus.
Ainda o lance era analisado pelo VAR e já Farioli reordenava o FC Porto, devolvendo-lhe um dos corações, Froholdt. Alberto também foi lançado, mas o Utrecht ainda teve ocasião de fazer o 2-1 – grande defesa de Diogo Costa a um pontapé de El Karouani. Samu também seria lançado na arena, sem provocar estragos, apesar do cerco montado pelos dragões à área neerlandesa, que rendeu remates perigosos de Veiga, Borja e Prpic, todos defendidos por Brouwer. Que rico suplente tem o Utrecht...