Sem euforias e com confiança, é assim que Francisco Neto quer encarar o jogo de amanhã, sexta-feira

Francisco Neto pede contenção na euforia: «Vamos ter de sofrer muito para ganhar»

Selecionador Nacional fez a antevisão ao duelo diante da Bélgica

Na véspera da partida decisiva frente à Bélgica, em que Portugal irá lutar pelo apuramento para os quartos do Euro Feminino, Francisco Neto falou em conferência de imprensa e pediu alguma contenção, alertando que, antes de pensar em goleadas, é, primeiro, importante respeitar as belgas e vencer a partida.

«Já tivemos fases de fazer muitos golos, de criar muitas oportunidades. Tivemos fases também contrárias. Fala-se de fazermos muitos golos, mas temos de respeitar o adversário. A nossa primeira preocupação é conquistar os três pontos. Percebemos a posição onde estamos, mas não faz sentido pensar em fazer muitos golos se não fizermos o primeiro e não desbloquearmos o jogo», começou por dizer.

«Estamos a jogar contra uma equipa acima de nós no ranking. Com quem, historicamente, realizamos sempre jogos muito equilibrados. Por isso, máximo respeito. É uma equipa que tem as suas ambições, que não quer sair do Euro no último lugar do grupo... Fala-se muitos nos golos, parece que já ganhámos o jogo e não é nada disso. Vamos ter de trabalhar muito e sofrer muito para conseguir ganhar. Depois, estando a ganhar, pensar em aumentar o número de golos», acrescentou o técnico. «Se fizermos os quatro pontos e não tivermos os golos suficientes, é sinal de que não fomos competentes o suficiente para seguir em frente. Vamos ficar orgulhosos da prestação, mas não vamos ficar felizes com o resultado. Mas não estamos a pensar nisso.»

Sem querer revelar quem será titular, o selecionador abordou a rotatividade na baliza, entre Patrícia Morais e Inês Pereira, a utilização de Telma Encarnação e falou ainda dos casos de Kika Nazareth e Lúcia Alves, jogadoras que vieram de lesões prolongadas.

«Somos uma das poucas seleções que troca de guarda-redes, e fazêmo-lo porque confiamos muito nas duas. Estamos muito contentes com as duas e amanhã tomaremos a decisão, consoante a estratégia que acharmos melhor para o jogo», afirmou, comentando, de seguida, o momento da avançada madeirense.

«Será um jogo a 90 minutos e, quando assim é, para nós é tão importante quem começa como quem termina. A Telma entrou e ajudou, sem dúvida. Tem crescido dentro do nosso contexto. Temos a noção dos momentos em que ele nos pode ajudar, mas confiamos em todas as jogadoras. Amanhã, acima de tudo, é importante contarmos com as 22», disse.

«Nota-se que a Kika veio de uma lesão prolongada. Entrou bem, mas depois começou a ter mais dificuldades. Está ainda no processo de recuperação. Temos de respeitar o contexto de uma jogadora que esteve quatro meses parada. A Lúcia também veio de uma lesão prolongada, tem treinado bem, tem estado muito empenhada. Felizmente, temos um leque de atletas que nos permitem trazer coisas diferentes. Ter uma Beatriz Fonseca, por fora, do lado direito, uma Catarina Amado, uma Joana Marchão, na esquerda, uma Lúcia, que pode jogar nos dois lados... Dão-nos coisas diferentes. Gostaríamos de contar com a Ana Borges, mas confiamos em toda a gente», concluiu.

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