Foi diante dos dragões que Manu se reencontrou com o seu... Pozo
É certo que foram ambos de penálti, mas são golos que valem tanto... como todos os outros: Manu Pozo bisou no triunfo (3-2) do Torreense diante do FC Porto B e voltou a demonstrar mira certeira às balizas contrárias, algo que, de resto, foi a sua imagem de marca em 2024/2025.
O jovem avançado do emblema do Oeste, de apenas 23 anos — completa 24 a 12 de dezembro — ainda não tinha feito o gosto ao pé na presente temporada, mas a verdade pode agora dizer que já reencontrou o seu... Pozo.
Com uma passagem pela formação do Betis, histórico clube sevilhano, Manu destacou-se, depois, no Gijon e no Valladolid, tendo chegado a Portugal para vestir de azul-grená. E logo no primeiro ano em Torres Vedras demonstrou ao que vinha: 36 jogos, 12 golos e quatro assistências, um registo de enorme relevo.
Mas não se pense que são só os tentos apontados ou os passes de morte que efetua que fazem de Manu Pozo um dos grandes destaques da Liga 2. Porque o espanhol tem (muito) mais para apresentar.
Com um centro de gravidade extremamente baixo (1,68 metros), Pozo alia velocidade e qualidade técnica e quase tudo o que a cabeça pensa o pé esquerdo executa. Com grande dose de assertividade.
Dentro daquilo que é a organização coletiva, quase que apetece dizer que Pozo é um anárquico. Porque a forma como se movimenta no relvado pode mesmo ser confundida com um corpo estranho relativamente ao conceito da equipa. Entendamos a analogia e transportemo-la, apenas e só, para o futebol: o avançado oriundo do país vizinho é um espalha-brasas.
O canhoto cumpre, naturalmente, tudo o que lhe é exigido pelo treinador (atualmente Vítor Martins), mas tem dentro de si uma forma muito peculiar de oferecer aos colegas todo um repertório que, bem acompanhado, dá uma melodia quase carnavalesca ao conjunto de Torres Vedras.
Fortíssimo no um para um, Pozo foge dos adversários como quem passa a fronteira Espanha-Portugal, mas, mais importante do que isso, consegue quase sempre ser consequente nos lances que idealiza. Seja a ir até ao fim, seja a colocar algum companheiro de equipa em condições de excelência para o ataque ao último terço e/ou a zonas de finalização.
Se no Oeste há o sonho bem vivo de um regresso ao principal escalão do futebol português, então o ressurgimento do melhor Manu Pozo é um dado muito relevante. No que concerne ao futuro do jogador, que tem tudo para passar por outros patamares, então o Torreense está devidamente defendido: o avançado espanhol tem contrato até 2027 e uma cláusula de rescisão de €4 M. Quem o quiser terá de abrir os cordões à bolsa...
Madsen: cubo de gelo na Ilha
Do gelo da Dinamarca para o tropical da Madeira. Noah Madsen é o patrão da linha defensiva dos insulares.
O nórdico chegou à Ilha na época 2021/2022, proveniente do Estrela da Amadora, e depois de várias temporadas nos sub-23 e na equipa B dos maritimistas afirmou-se, de vez, na elite do Leão do Almirante. Depois dos 15 jogos (dois golos) na época passada, já leva sete partidas (um tento) na presente campanha.
Alto, forte nos duelos individuais e com passada larga para o ataque à profundidade defensiva, Madsen dá cartas na Pérola do Atlântico e tem horizontes bem alargados...
Roberto: depósito abastecido
São quase 37 anos — que completará no dia 28 de novembro — e a maior parte a encher... depósitos de combustível. Leia-se, a marcar golos e a dar andamento às equipas que representa.
O faro, esse, continua devidamente apurado e Roberto já leva quatro tentos em sete jogos. Com legítimas aspirações em subir de divisão, o Chaves tem vindo em crescendo na época e o camisola 17é um dos principais responsáveis pelo sucesso recente.
É um 9 puro que está sempre no sítio certo para o desvio fatal, mas também sabe fugir da sua zona preferencial para jogar em apoios. Está... um jovem!
Vasco Moreira: frasco de perfume
É Vasco da Silva Moreira, mas poderia ser perfeitamente Vasco Perfume Moreira. É que o médio do Felgueiras, de 24 anos, continua de frasco bem aberto e a derramar aroma de alto quilate por esses relvados fora.
O antigo internacional sub-19 português é o verdadeiro mentor do jogo ofensivo dos durienses, função que desempenha com categoria elevada, mas sem nunca descurar os equilíbrios no setor intermediário.
Titular em todos os oito jogos oficiais já realizados esta época (sete para a Liga 2 e um para a Taça de Portugal), Vasco Moreira lança-se a uma grande carreira.
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