Farioli elogiou compromisso defensivo incutido por José Mourinho

FC Porto: de que forma e por que razão Farioli ajustou a equipa no clássico

Treinador italiano esperava um Benfica ligeiramente mais pressionante, mas, sem abdicar dos princípios que defende, ajustou a equipa à postura do rival, lembrando-se dos duelos entre Mourinho e... Guardiola

A versão 2025/26 do FC Porto, comandada por Francesco Farioli, tem-se destacado pela pressão exercida sobre a saída de bola das equipas adversárias e, em simultâneo, pelo domínio da posse de bola, à procura do momento certo para lançar o ataque. Dois traços de perfil que voltaram a ser visíveis no clássico de domingo, frente ao Benfica, mas que, em relação a jogos anteriores, foram acompanhados de menor... voracidade.

Um cenário que se justifica pelos contornos que o próprio encontro adquiriu a partir do momento em que soou o apito inicial de Miguel Nogueira, no Estádio do Dragão. Do lado azul e branco, a preparação para o embate com as águias não diferiu em demasia dos trâmites seguidos para outros jogos. Contudo, como o próprio Farioli afirmou na antevisão do encontro, preparou a equipa para diferentes cenários e aquele que encontrou dentro de campo foi ligeiramente diferente do que esperava.

O treinador dos dragões contava com um Benfica mais pressionante no momento sem bola, pelo que, ao dar conta da postura mais expectante dos encarnados, que apostaram quase exclusivamente no contra-ataque, fez pequenos ajustes à sua equipa, privilegiando uma organização mais compacta e, em consequência, diminuindo os riscos corridos com bola. Isto, claro, sem abdicar dos tais princípios que têm caraterizado o jogo portista na temporada em curso.

Tratou-se, de certo modo, de uma adaptação por parte do FC Porto à forma como José Mourinho abordou o encontro no Dragão. Pela cabeça de Farioli, sabe A BOLA, passaram as vitórias passadas do Special One sobre Pep Guardiola, nos emblemáticos clássicos entre Real Madrid e Barcelona, em que, por norma, os merengues assumiam uma postura mais resguardada, esperando pelo contra-ataque para ferir os catalães. Tudo resultado do estudo que o técnico transalpino revelou ter feito, quando afirmou que havia olhado para «períodos anteriores» do percurso do homólogo rival.

Já na reta final da partida, a postura assumida pelos dragões acabou por trocar as voltas ao Benfica. As águias esperavam que o FC Porto assumisse outro tipo de riscos nos derradeiros minutos, mas Farioli e os jogadores azuis e brancos preferiram minimizar eventuais danos, não abrindo brechas na organização defensiva — o que também justificou a entrada tardia de Mora. Uma forma mais compacta de organizar a equipa e torná-la à prova de... Mourinho.