Carlos Vicens, treinador do SC Braga
Carlos Vicens, treinador do SC Braga - Foto: IMAGO

Da ironia de Mourinho ao ponto «que não satisfaz»: tudo o que disse Carlos Vicens

Treinador do SC Braga manteve-se fiel à postura adotada na zona de entrevistas rápidas e manteve-se à margem da polémica em redor da arbitragem do jogo com o Benfica (2-2)

À semelhança do que fez na zona de entrevistas rápidas, Carlos Vicens resistiu à tentação de comentar a arbitragem do SC Braga-Benfica (2-2), escusando-se, também, a falar sobre as palavras irónicas de José Mourinho, técnico adversário.

—Fica a sensação de que o SC Braga podia ter alcançado algo mais neste jogo?

—Começámos o jogo com muito boa dinâmica, controlámos a primeira parte e gerámos ocasiões, até quando eles estavam melhores. Faltou sermos um pouco mais fluidos no posicionamento... Faltou frescura. A outra equipa também teve de ir atrás do jogo na segunda parte. Tentámos finalizar e ficámos com um ponto que não nos satisfaz, mas que temos de aceitar. Temos de melhorar. Segue-se um jogo fundamental com o Estrela da Amadora.

—Na quebra do SC Braga na segunda parte houve algum demérito da sua equipa ou também mérito do Benfica?

—Falámos ao intervalo sobre insistir na nossa personalidade, em querer a bola e movermo-nos muito para gerar linhas de passe para avançar na nossa saída de bola. Custou-nos mais, acabámos por bater mais bolas do que queríamos... Depois, sofremos com a segunda bola que isso gerava. Custou-nos ficar com essas segundas bolas e tudo isso afetou a nossa pressão. Quando tinhas a bola, já estavas menos fresco… Mas, em termos de esforço, de competitividade, de estar juntos, sofrer e continuar a lutar, disse aos jogadores que estivemos sempre presentes. E, sem um jogo brilhante na segunda parte, desperdiçámos algumas ocasiões. São fatores que fizeram com que a segunda parte fosse diferente da primeira.

—Mourinho foi irónico e disse que no Benfica ganhou 3-2...

—O foco da minha análise tem de estar no jogo. Não tenho de opinar sobre os árbitros ou sobre o que disse José Mourinho. Continuamos a trabalhar para melhorar a cada dia.

—Olha para o quarto lugar ou ainda pensa no pódio?

—Já disse várias vezes que temos de olhar para o que temos de retirar de cada jogo. A classificação no final da temporada tem de ser consequência do que acontece. Há coisas a melhorar, temos de treinar dia a dia. Amanhã vamos chegar à Cidade Desportiva para trabalhar e preparar o jogo seguinte. Queremos dar novamente a imagem de uma equipa competitiva. Com o objetivo de ganhar, vamos viajar até Lisboa na sexta-feira.

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—Sente que surpreendeu o Benfica? Como pode voltar a surpreender na Taça da Liga?

—Há aspetos a melhorar um pouco em todos os momentos. Parte do que sofremos acontece porque perdemos a bola mais cedo e tivemos de correr mais… Não dá para dissociar. Temos de crescer. Quanto a surpreender o Benfica… O SC Braga entra em campo a tentar jogar, a tentar impor-se. Este jogo não foi diferente. Estamos construídos com esta mentalidade.

—Acredita que a complementaridade dos homens da frente dificultou a tarefa do Benfica?

—Quando preparas os jogos, quando preparas a dinâmica de ataque, os jogadores têm de se encontrar entre eles a partir de uma organização comum. Que tenham capacidade de não deixar nunca de oferecer linhas de passe úteis. As outras equipas vão vendo o que fazes e vão tentando organizar-se para dificultar a saída. Temos de dar essa dinâmica, porque, caso contrário, a saída vai-se complicando.