José Mourinho, treinador do Benfica, apostou no tom irónico após o empate (2-2) com o SC Braga. Foto: Hugo Delgado/LUSA
José Mourinho, treinador do Benfica, apostou no tom irónico após o empate (2-2) com o SC Braga. Foto: Hugo Delgado/LUSA

A forte ironia, um SC Braga de parabéns e o erros que custam pontos: tudo o que disse Mourinho

Treinador dos encarnados referiu que um erro do árbitro determinou o empate, insistindo que marcou três golos limpos; técnico deu os parabéns ao SC Braga, porém não quis analisar o oponente, pois há novo confronto entre ambos dentro de poucos dias

José Mourinho, treinador do Benfica, insistiu em conferência de imprensa na ideia, em tom irónico, já defendida na flash-intreview à Sport TV, de que a sua equipa marcou três golos limpos e que isso lhe deu a vitória neste encontro. O técnico português ainda deixou elogios ao crescimento do SC Braga em todos os sentidos e também disse ter gostado da arbitragem, num jogo complicado de dirigir, mas voltou a criticar o VAR e tudo o que se vem passando no futebol português.

— Que análise faz a este jogo que fica, inevitavelmente, marcado pelo lance do golo anulado por alegada falta de Ríos?

— Sem humor, dou os parabéns ao SC Braga por muita coisa. Dou ao presidente, porque regressei muitos anos depois e ver este centro de estágio é fantástico, dar-lhe os parabéns. Parabéns à equipa que é boa, ao treinador que está a construir uma grande equipa e até aos adeptos que fazem um ótimo ambiente. Quanto ao jogo, acho que é uma grande vitória nossa. Uma grande primeira parte, na qual sofremos dois golos, com dois erros nossos. Na segunda parte fomos fortíssimos, dominámos completamente o jogo, fizemos dois golos e ganhar o jogo em Braga é muito difícil, depois de estar a perder conseguir vencer era muito complicado.

— Apesar da sua ironia, a verdade é que sai só com um ponto. Como é que isto deixa o Benfica na corrida para o título?

— Ganhámos 3-2!

— Insistindo nesta perspetiva, porque continua a dizer que ganhou este jogo?

— É o futebol que temos, limito-me a fazer o melhor que posso no meu trabalho e a dedicar-me o mais que posso. Não estou inteiramente contente comigo, porque não consegui durante 90 minutos fazer o que queria. Mas ganhámos 3-2, vocês sabem que estou a falar com ironia, se assim não fosse, seria severamente penalizado. Pode, eventualmente, o clube enquanto instituição fazer algo ou não, podendo seguir a linha a que vamos ficando acostumados e acomodamo-nos à situação. Eu limito-me a treinar e a fazer a avaliação. O facto de jogar com o SC Braga dentro de pouco tempo faz com que não queira entrar em grandes análises táticas. Esmiuçar o porquê deles terem sido melhores na primeira parte e de nós termos sido capazes de sermos superiores na segunda. Bom jogo e bom ábritro, fez um jogo positivo, mas os jogos e os pontos decidem-se neste tipo de decisões e foi o que foi.

— Como analisa as dificuldades criadas pela mobilidade do SC Braga? E acha que o melhor timing de pressão na 2.ª parte fez a diferença?

— Gosto honestamente de falar contigo e com os teus colegas do Bola na Rede, mas como dizia, há jogo com o SC Braga daqui a poucos dias [meia-final da Allianz Cup] e não quero entrar por aí. Limito-me ao panorama geral, em que na primeira parte eles foram melhores e na segunda fomos nós que estivemos por cima.

— Está a dizer que se não fosse a arbitragem, tinha saído daqui com os três pontos?

— Obviamente. Marcámos três golos limpos. Repito, gostei da arbitragem, um ou outro cartão amarelo, um ou outro critério esquisito e uma ou outra bola com o jogo parado a anular a vantagem para a equipa que queria sair. Um jogo difícil de apitar, com ritmo, sinceramente gostei. Na hora de cometer o erro que decide o jogo, foi acompanhado pelo senhor que estava no VAR. Acontecem estas coisas estranhas, em que há clubes que ganham muitos jogos com erros e outros que perdem muitos pontos com erros. Há uma viagem longa e queria sair daqui com a alegria e a convicção, ainda que me chamem de maluco, de que virámos o jogo.