Otamendi ganha nas alturas a Dorgeles, no SC Braga-Benfica da 16.ª jornada da Liga (foto: Rogério Ferreira/Kapta +)
Otamendi ganha nas alturas a Dorgeles, no SC Braga-Benfica da 16.ª jornada da Liga (foto: Rogério Ferreira/Kapta +)

Brinde de réveillón para fazer com copo meio vazio (crónica)

Duelo entre SC Braga e Benfica acabou empatado, até na frustração

O brinde da passagem de ano será acompanhado por expressões carrancudas, o copo de SC Braga e Benfica estará meio vazio de um champanhe sem sabor, depois de um empate a dois golos que não agrada a nenhum dos lados, mas que penaliza sobretudo as aspirações da equipa de José Mourinho na luta pelo título.

Se a vantagem arsenalista ao intervalo do duelo no Minho era mais do que merecida, a reação das águias dominou claramente a etapa complementar. No final prevaleceu o equilíbrio no resultado e na frustração, embora faça sentido pesar mais o prejuízo do Benfica, que pode acabar o ano a dez pontos da liderança da Liga, se o FC Porto vencer o Aves SAD.

Com Leandro Barreiro de volta às opções, Mourinho não hesitou em recuperar o luxemburguês para o onze, em detrimento de Prestianni, com a intenção clara de manter a pressão alta que tem sido imagem de marca do seu Benfica.

O SC Braga, com seis alterações na equipa titular – relativamente ao jogo com o Caldas, da Taça de Portugal -, precisou de alguns minutos para entrar verdadeiramente em campo, mas não tardou assim tanto a criar sérias dificuldades ao opositor, com uma espécie de 3x7x0 em organização ofensiva, com Víctor Gómez, Vitor Carvalho e Arrey-Mbi na primeira fase de construção, e liberdade total a partir daí. Sem referência ofensiva fixa, a equipa de Carlos Vicens tanto colocava Lelo como Ricardo Horta a dar largura à esquerda, e Zalazar e Dorgeles a fazer o mesmo na direita.

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A equipa da casa teve um primeiro ensaio para o golo ao minuto 19, mas Ricardo Horta fez falta para ultrapassar o outro capitão, Nico Otamendi.

O Benfica fez o primeiro remate ao minuto 26, por Ríos, mas três minutos depois estava a festejar a vantagem, aproveitando um livre lateral que Sudakov colocou na cabeça de Otamendi.

O SC Braga não acusou o golpe inesperado, e deu a volta ao marcador ainda antes do intervalo. Um golo anulado a Pau Víctor deu lugar ao penálti do empate de Zalazar, mas depois foi mesmo o avançado espanhol, com muita classe, a dar vantagem à equipa da casa, aproveitando uma escorregadela de Ríos já em período de compensação.

O Benfica foi outro na segunda parte: definiu melhor os momentos de pressão e foi bastante mais competente na construção, com Enzo a recuar para linha dos centrais e Dedic e Dahl mais projetados, empurrando Aursnes e Sudakov para junto de Barreiro e Ríos. A equipa de José Mourinho virou o jogo no corredor central e chegou ao empate logo ao minuto 53, com um golaço de Aursnes.

Com Sudakov habilitado a criar desequilíbrio entre linhas, as águias tiveram golo anulado ao minuto 66, num lance em que Pavlidis foi apanhado em posição irregular, depois de servido precisamente pelo ucraniano. Apenas oito minutos depois a cena repetiu-se, mas para anular uma finalização de Dahl, com João Gonçalves a assinalar falta de Ríos sobre Vitor Carvalho.

Aursnes ainda desperdiçou soberana ocasião para desequilibrar o resultado, ao minuto 80, mas por essa altura - já sem Sudakov em campo - o jogo tinha entrado numa anarquia tal que Ricardo Horta ainda viu o segundo cartão amarelo, e consequente vermelho, ao minuto 90+3.

A equipa de Carlos Vicens falhou o assalto ao quarto lugar da tabela classificativa, mas o Benfica fica (ainda) mais distante do seu objetivo de sempre. A formação orientada por José Mourinho arrisca-se a entrar em 2026 já com um atraso de dois dígitos para o líder FC Porto.