Convocado para a seleção via LinkedIn pode fazer história por Cabo Verde

Roberto Lopes, nascido em Dublin, passou os seus 14 anos de carreira nas divisões inferiores do campeonato irlandês, primeiro no Bohemians e, desde 2017, no Shamrock Rovers. Parecia que a sua carreira internacional se resumiria a uma única internacionalização pela seleção jovem irlandesa em 2011.

Até que no seu perfil do LinkedIn – onde mencionava a mãe irlandesa e o spai cabo-verdiano – foi notado pelo então selecionador português Rui Águas que era, naquela altura, o treinador de Cabo Verde.

O defesa-central recordou o incidente: «Criei um perfil no LinkedIn ainda na universidade, mas nunca o consultei. De repente, recebi uma mensagem do então treinador, Rui Águas, mas estava em português. Pensei que fosse spam e nem lhe dei atenção.»

«Depois, cerca de nove meses mais tarde, ele escreveu-me novamente, dizendo: ‘Olá, Roberto, tiveste tempo para pensar no que te disse?’ Copiei a mensagem para o Google Tradutor. Dizia que estavam à procura de novos jogadores para a seleção de Cabo Verde e se eu estaria interessado em jogar pela equipa deles. Fiquei completamente entusiasmado e disse imediatamente que sim, que queria fazer parte do plantel.», concluiu o internacional cabo-verdiano.

Seis anos e 38 internacionalizações depois, Pico, como é conhecido, e os seus companheiros de equipa estão a uma vitória de se qualificarem para o Campeonato do Mundo, tornando-se a segunda nação mais pequena a fazê-lo, depois da Islândia em 2018.

Com dois jogos por disputar – o último será na segunda-feira, em casa, contra a Suazilândia, última classificada do grupo – Cabo Verde lidera o grupo com quatro pontos de vantagem sobre os Camarões.

Amanhã, em Tripoli, defrontam a Líbia, onde podem fazer história, basta uma vitória para, de forma inédita, se qualificarem para o Mundial de 2026.