Chegou a altura de fazer balanços
Depois do Natal, manda a tradição que comecemos a olhar para o novo ano, fazendo um balanço do que passou. Nos três grandes do futebol português, eis o tanto que mudou (ou não…) entre uma época desportiva e outra.
O FC Porto, há um ano, era treinado por Vítor Bruno, que foi despedido pouco depois de ter sido considerado o melhor treinador do mês de dezembro. Coisas da vida, em especial do futebol… Internamente, a divisão pós-eleições mostrava um clube sempre pronto a explodir e a pressão foi tanta que André Villas-Boas foi ao México buscar um jovem treinador com uma ideia. Spoiler alert: a ideia foi péssima. A partir daí foi sempre a descer até um Mundial de Clubes miserável e nada mais havia a fazer senão iniciar um novo ciclo. Chegou então Francesco Farioli, rotulado como o treinador que perdeu no fim, mas com ele veio um belo camião de jogadores e todos parecem ter comprado de imediato o projeto da famiglia portista. O primeiro futebol apresentado foi arrasador, bonito, entusiasmante, a roçar a perfeição. Depois o FC Porto tornou-se mais pragmático e é neste momento o merecido líder da Liga, com 14 vitórias e 1 empate, e apenas 4 golos sofridos, que é meio caminho andado para ganhar. O plantel é hoje mais valioso, o treinador sabe bem os perigos de tirar o pé do acelerador e o presidente trabalha com maior tranquilidade. Não é estranho, já se sabia: tudo depende do que acontece em campo.
Já o Sporting, há um ano, teve um Natal conturbado, com troca de treinador incluída. Ruben Amorim já lá ia (e que belo presente foi aquele Man. United…), João Pereira foi-se num instante e chegou Rui Borges, com muita humildade, para conquistar um histórico bicampeonato. O verão trouxe a novela Gyokeres, mas os leões têm outros protagonistas que garantiram que as saudades do arsenal sueco não iam ser assim tão grandes. Contas feitas, o Sporting está melhor do que no finalzinho de 2024, mas precisa de um bocadinho mais frente aos grandes para chegar a líder.
No Benfica parece que um ano teve muito mais do que 365 dias. Bruno Lage arrancou 2025 com aquela sensação de que tudo estava melhor do que com Roger Schmidt, depois perdeu tudo no fim e arrancou a nova época com muitos milhões em reforços, mas a uma derrota com o Qarabag de ser despedido. Chegou José Mourinho, houve o furacão eleições e começa finalmente a surgir a sensação de que há uma equipa sólida, capaz de fazer melhor. Se for possível manter os altos e conter os baixos, 2026 será mais animado. Até para o ano!