César Peixoto: «Fomos bastante superiores ao Benfica em toda a linha e em todo o jogo. É injusto»
Mesmo saindo derrotado da Luz, César Peixoto era, no final do jogo, um treinador orgulhoso dos seus jogadores e disse-o no balneário logo após o apito final. Depois, surgiu na zona de entrevistas rápidas para defender a qualidade e organização da equipa, ciente de que esta foi muito superior ao Benfica durante todo o jogo, o que o levou, naturalmente, a rotular o resultado como «injusto».
- Prometeu ser fiel à identidade da equipa na antevisão do jogo e manteve-a na Luz. Era algo inegociável para si?
- Sim, nós trabalhamos todos os dias para jogar desta forma seja contra quem for, é nisto que acredito. Acredito no que fazemos, na minha equipa, nos meus jogadores, e sabíamos que tínhamos capacidade para vir aqui ser bastantes superiores, como fomos em toda a linha e em todo o jogo. O resultado é injusto, tivemos mais cantos, mais ocasiões de golo, bolas no ferro e no final do jogo disse aos meus jogadores que tenho muito orgulho de ser o treinador deles, da personalidade, organização e de tudo o que fizemos num campo difícil. O Benfica nem com bola nem sem bola conseguiu ser a equipa que pode ser, por mérito nosso e nada mais.
- De que forma tentou entrar na cabeça de Mourinho?
- Analisámos o Benfica da mesma forma que analisamos as outras equipas: vemos onde podemos manipular e procurar o espaço, como ter o mais tempo possível a bola, que é o nosso ADN, defendemos e muito bem e temos sido uma equipa completa. E é falta de desportivismo e de cultura desportiva o que aconteceu na conferência [de antevisão do jogo] do míster José Mourinho, não houve uma pergunta relacionada com o Gil Vicente. O Gil Vicente é um clube centenário, merece respeito. O míster Mourinho é que teve de fazer a pergunta e responder, é falta de cultura desportiva em Portugal, o futebol não é só Benfica, Sporting e FC Porto, é hora de olharem para o lado e não só para os três grandes. É falta de respeito. O Gil Vicente estava em quarto lugar e podia passar à frente do Benfica e não houve uma pergunta sobre a equipa, sobre os jogadores e sobre o clube de quem quer que seja. É uma falta de respeito.
- Vai usar o chavão do jogo a jogo ou há outros horizontes…?
- Não, é jogo a jogo. Sabemos de onde viemos e para onde queremos ir, é como se fosse um ano zero. Construímos uma boa equipa, temos um grupo de trabalho com qualidade, temos estado bem organizados e competitivos, com jogadores jovens… Sei o caminho que quero e o caminho em que os jogadores acreditam. Na próxima semana iremos preparar o Estrela da Amadora como o Benfica; humildes, trabalhadores e organizados.