Benfica: vamos todos, mas todos, acabar com a 'maldição'!
Benfiquistas, todos nós crescemos a ouvir falar da tal maldição de Béla Guttmann. Das cinco finais europeias perdidas. Daquela frase que ficou para a história, de que o Benfica não voltaria a ganhar na Europa durante cem anos. Mas, para quem viveu balneários como eu, sabe bem que o futebol não se ganha com maldições, ganha-se com trabalho, união e espírito de equipa. Foi isso que Guttmann quis dizer. Que o Benfica só voltaria a ser grande quando voltasse a ser uma verdadeira equipa, sem depender de uma estrela ou de um jogador salvador. O que muita gente esquece é que com Guttmann o Benfica foi campeão europeu mesmo sem Eusébio. E essa é uma lição importante. O Eusébio foi, é e será sempre o nosso Rei. Mas antes de Eusébio, o Benfica já era gigante. Ganhou a primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1961 com José Águas, Santana, José Augusto, Mário Coluna, Germano, Mário João… todos a jogar com o coração. E foi essa mentalidade, esse espírito de grupo, essa união que fez do Benfica um clube temido em toda a Europa.
É isso que o Cristóvão Carvalho quer trazer de volta. Hoje vemos um Benfica com muita instabilidade. Mudam-se jogadores como quem muda de chuteiras. Todos os anos entram e saem meia dúzia de caras novas e o resultado é o mesmo. Vemos falta de rotinas, falta de balneário, falta de alma. E quem já esteve lá dentro sabe que uma equipa não se faz num dia. É preciso tempo, trabalho e confiança.
Quando o Cristóvão fala, percebe-se que ele entende isso. Ele fala de liderança, de estabilidade, de construir uma equipa que não dependa do vento das transferências. Uma equipa que jogue com alma, que entre em campo para ganhar e que sinta o peso do símbolo no peito.
O problema do Benfica não tem estado nos jogadores. Está na falta de rumo. Está na falta de um projeto pensado a longo prazo. Está em decisões tomadas ao sabor do momento, sem estratégia, sem plano. O futebol moderno é exigente. As grandes equipas da Europa ganham porque têm uma estrutura sólida, um modelo de jogo, uma cultura. É isso que o Benfica precisa de recuperar.
O Cristóvão Carvalho não vem com promessas fáceis nem com frases feitas para enganar os adeptos. Vem com uma ideia clara, a de devolver o Benfica aos benfiquistas. Fazer do clube uma casa de verdade, onde se pensa primeiro no relvado e depois nos negócios. Voltar a pôr o futebol no centro das decisões.
Eu, que vesti esta camisola e senti o que é jogar com o apoio da Luz cheia, sei que não há nada maior. Mas também sei que nada disso se conquista sem um grupo unido. Podemos ter uma equipa cheia de craques, pode haver talento, mas sem balneário, sem entreajuda, sem espírito de equipa, não há vitórias. O Cristóvão sabe disso e é por isso que acredito nele.
Ele quer devolver ao Benfica a mentalidade de campeão. A cultura de vitória. A exigência que sempre fez parte da nossa história. Fala de compromisso, de profissionalismo e de paixão. E é isso que faz falta.
Quando ouço o Cristóvão falar, vejo um benfiquista que sente o clube. Que quer ver o Benfica respeitado, forte, competitivo. Que quer ver a equipa a jogar com alegria, com garra, com chama. Que quer ver os adeptos outra vez de cabeça erguida.
Está na hora de deixarmos de lado a conversa da maldição. Isso não existe. O que existe é trabalho, dedicação e competência. É assim que se ganham campeonatos. É assim que se fazem equipas campeãs da Europa.
O Benfica é demasiado grande para viver de saudades. O Benfica nasceu para ganhar. E só voltará a ganhar se tiver estabilidade, um projeto e uma liderança forte. O Cristóvão tem isso. Tem visão, tem equipa, tem coragem.
Agora, falta o mais importante: estarmos todos juntos. Jogadores, adeptos, dirigentes, todos do mesmo lado. Porque o Benfica é isto. É união, é alma, é acreditar até ao fim.
Quando jogava, aprendi uma coisa muito simples, o Benfica nunca está derrotado enquanto houver um segundo para jogar. É essa mentalidade que temos de recuperar. Essa chama que faz de nós diferentes.
Por isso, deixo um apelo, que no dia 25 de outubro votem com o coração, mas também com a cabeça. Pensem no futuro do clube, naquilo que queremos ser. Pensem na história que temos e na responsabilidade de a honrar.
O Benfica precisa de voltar a ser o Benfica. Precisa de um rumo. Precisa de estabilidade. Precisa de alma. E eu acredito que o Cristóvão Carvalho é o homem certo para liderar esse caminho.
Porque o Benfica é o nosso amor, a nossa casa, a nossa vida.
Vale a pena acreditar.
E vale sempre a pena quando a alma é vermelha.
Pelo Benfica. Pelos benfiquistas.