Benfica: Cristóvão Carvalho acena com €100 milhões por ano
Cristóvão Carvalho, candidato a presidente do Benfica nas eleições de 25 de outubro, emitiu nota a explicar os pilares financeiros que propõe para sustentar uma «hegemonia desportiva» das águias.
«No futebol moderno, a grandeza desportiva depende de robustez financeira. O Benfica tem de deixar de vender os seus melhores jogadores para equilibrar contas. Queremos um modelo sustentável, capaz de reter talentos e investir em equipas que ganhem em Portugal e na Europa», aponta Cristóvão Carvalho, garantindo ter assegurado «um investimento de 400 milhões de euros nos primeiros quatro anos de mandato (100 milhões por ano), com o intuito de reforçar a plantel de futebol profissional e, se necessário, acautelar a segurança financeira que equilibre as finanças do clube e catapulte a equipa rumo à hegemonia desportiva. Este é um financiamento com uma taxa de juro de cerca de 50% abaixo face à taxa atual».
Alcançada a estabilidade financeira, o candidato direcionará atenção para outras medidas que considera importantes — o crescimento do número de Sócios até 2029; conseguir mais 40 milhões de euros anuais em receitas correntes nos próximos dois anos; mais 450 milhões de euros de receitas anuais em 4 anos (sem vendas de jogadores); entrar noo Top 10 europeu em receitas dentro de 6 anos (Deloitte Money League) com 700 milhões € de receitas anuais em 8 anos (sem vendas de jogadores).
Olhando para a estratégia financeira, a candidatura de Cristóvão Carvalho assentará em três frentes principais de atuação.
«No aumento e diversificação de receitas, o foco passa por potenciar o programa Sócio Mais Vantagens, garantindo benefícios equivalentes ao dobro do valor da quota anual, expandir o merchandising através de uma nova empresa dedicada, com design inovador e qualidade superior, e internacionalização da marca Benfica, para além de transformar o Estádio da Luz num motor de receitas, com mais 15.000 lugares, melhor experiência para adeptos e reforço das áreas corporate. Ao nível dos patrocínios, pretende-se reforçar e diversificar as parcerias. Com natural respeito pelos contratos em vigor, o objetivo será ter patrocinadores principais distintos para as diferentes equipas (permitindo acordos mais direcionados e vantajosos) e avançar com o naming de infraestruturas – incluindo o Estádio e o novo complexo desportivo – de forma criteriosa e alinhada com a marca Benfica. Será, também, constituída uma holding 100% controlada pelo clube, que realize investimentos e parcerias estratégicas em setores económicos onde a marca Benfica tenha potencial para gerar valor. Esta estratégia empresarial terá enfoque em parcerias de marca e parcerias de know-how.»
«No controlo e eficiência de custos, o objetivo é reduzir 30 milhões de euros anuais até 2027/28 através de um programa transversal de eficiência que elimine desperdícios, da adoção de uma política salarial responsável baseada no mérito e do recurso a entidades externas em serviços não-core, garantindo melhor qualidade a menor custo. Com um défice operacional elevado (superior a 70M€ anuais, coberto pela venda de jogadores) e uma dívida financeira que mais que duplicou entre 2019 e 2024 – de 92M€ para 201M€ – a estratégia de redução de custos, combinada com o crescimento de receitas, eliminará a necessidade de vendas forçadas de atletas, permitindo reter os talentos pelo critério desportivo e não apenas financeiro.»
Já na reestruturação financeira, a prioridade será reduzir progressivamente a dívida, diminuindo encargos anuais com juros que hoje ultrapassam os 16 milhões de euros, refinanciar em condições mais vantajosas, recorrendo a crédito apenas para investimentos geradores de retorno, e libertar o Benfica da dependência de vendas forçadas de jogadores. O clube será dotado de uma base financeira sólida, com mais receitas, custos controlados e dívida saneada. Dessa forma, o Benfica terá os meios para atingir os objetivos desportivos traçados e tornar-se uma referência de sustentabilidade no panorama desportivo europeu.»