Ancelotti com saudades? «Depois de sair do Brasil, só treino o Real Madrid»

Carlo Ancelotti concedeu uma entrevista à France Football, na qual falou sobre a adaptação ao Brasil, a última temporada no Real Madrid e vários temas que marcaram a sua carreira.

No comando técnico da seleção brasileira desde o verão, o técnico italiano garantiu estar plenamente integrado na nova realidade: «Para mim, é fácil adaptar-me. É um ritmo diferente. Preciso aprofundar-me na cultura do país, e foi por isso que estabeleci-me no Rio. Aqui encontrei uma Federação muito bem organizada. Trabalhamos num ambiente excelente e profissional. Vim com os meus adjuntos, mas não precisei de mais nada. A estrutura é perfeita.»

Sobre a pressão de conquistar títulos, Ancelotti lembrou que nem sempre ganhar depende apenas da equipa: «É uma obrigação tentar. Ninguém tem obrigação de vencer. Quem, no futebol, tem obrigação de vencer? Tantas coisas podem acontecer. Fiquei no Real Madrid durante seis anos e não ganhei seis Champions. Ganhei três.»

Questionado sobre a não convocação de Neymar, foi claro: «Uma seleção deve reunir os jogadores mais talentosos. Mas ele precisa de estar a 100%, não a 80%. O Neymar está a melhorar a condição física. Ele poderá participar no Mundial se estiver em boa forma. Do ponto de vista técnico, não há discussão. O objetivo dele deve ser estar pronto em junho.»

O treinador comentou ainda a sua relação com Vinícius Júnior, sublinhando que «sempre foi boa», e falou da chegada de Kylian Mbappé ao Real Madrid no ano passado como um momento marcante para o clube. Por fim, deixou uma frase que promete ecoar sobre o seu futuro: «A única equipa que eu poderia treinar depois do Brasil seria o Real Madrid. Assinei por um ano porque acho que foi a coisa certa a fazer em relação ao próximo torneio. Mas estou muito feliz aqui. Posso ficar por mais dois anos. Ou mais quatro anos.»