Alegado boicote a Piastri chega ao parlamento australiano

A controvérsia em torno das regras internas da McLaren, apelidadas de «papaya rules», que alegadamente beneficiaram Lando Norris em detrimento de Oscar Piastri ao longo da temporada de 2025, escalou de forma inesperada, chegando mesmo ao parlamento australiano. A perceção de que o piloto australiano não tem recebido o mesmo tratamento que o seu colega de equipa britânico tornou-se uma questão de interesse nacional.

De forma surpreendente, foi o político Matt Canavan quem levantou uma teoria da conspiração sobre o tratamento de Piastri durante uma sessão do Senado, expressando a sua preocupação perante o Comité de Assuntos Regionais e Legislação de Transportes.

Na sequência de um erro estratégico da McLaren no Grande Prémio do Qatar, que custou a vitória a Piastri, o senador Canavan abordou o tema no parlamento. «Foi uma noite algo frustrante para alguns australianos. Não sei a quem perguntar isto, mas vocês lidam com transportes e carros. Acreditam que a McLaren tem um preconceito contra Oscar Piastri e que isso lhe está a custar o Campeonato do Mundo?», questionou.

A resposta veio do ministro adjunto dos Assuntos Regionais, Anthony Chisholm, que, com um toque de humor, concordou com a premissa. «Definitivamente, penso que foram tomadas algumas decisões injustas este ano. E digo isto como alguém com uma filha obcecada pela F1, que ficou muito aborrecida quando se levantou esta manhã», afirmou, referindo-se ao sucedido.

A Austrália não celebra um campeão mundial de Fórmula 1 desde 1981, e a possibilidade de um novo campeão tornou-se uma questão de interesse público.

Para ter alguma hipótese de conquistar o seu primeiro título mundial, Piastri precisa de terminar nos dois primeiros lugares na corrida final em Abu Dhabi. Mesmo que consiga a sua oitava vitória da temporada, necessitaria que Norris terminasse em sexto lugar ou pior para se sagrar campeão.

A McLaren tem negado repetidamente as acusações de favoritismo e insiste que não irá impor ordens de equipa na corrida decisiva, permitindo que os seus pilotos lutem livremente pelo título.