Max Verstappen e Fernando Alonso (IMAGO) - Foto: IMAGO

Adrian Newey elogia Verstappen, recorda Senna e sonha com Alonso na Aston Martin

Diretor técnico da Aston Martin fala da pressão na F1 e das qualidades dos pilotos que marcaram a sua carreira

Na véspera do Grande Prémio do Brasil, Adrian Newey partilhou a sua visão sobre o presente e o futuro da Fórmula 1, abordando o projeto da Aston Martin para 2025 e recordando alguns dos pilotos mais marcantes com quem trabalhou ao longo da sua carreira.

O engenheiro britânico, considerado um dos maiores génios da história do desporto, não poupou elogios a Max Verstappen, mas também evocou o legado de Ayrton Senna e expressou entusiasmo por, finalmente, poder colaborar com Fernando Alonso.

Adrian Newey (Aston Martin)

Sobre Verstappen, com quem trabalhou na Red Bull entre 2016 e o início de 2024, Newey foi claro:

«O Max é absolutamente excecional. Não teve uma infância fácil, mas a sua maturidade é espantosa», afirmou no podcast de James Allen.

Adrian Newey, 66 anos, era Diretor Técnico da Red Bull Racing desde 2006
Adrian Newey, 66 anos, era Diretor Técnico da Red Bull Racing desde 2006

O britânico destacou sobretudo a forma como o neerlandês lida com a pressão:

«Ele tem a capacidade rara de, independentemente do que se passa na vida pessoal, colocar o capacete e desligar-se de tudo. Apenas pilota. Isso é algo verdadeiramente impressionante num desportista».

Newey acredita que esse foco mental será crucial para Verstappen tentar recuperar terreno face aos McLaren, começando já em Interlagos, palco do GP do Brasil.

O diretor técnico da Aston Martin aproveitou também para recordar Ayrton Senna, com quem trabalhou brevemente na Williams, em 1994.

«A minha relação com o Ayrton foi curta, mas marcante. Fiquei impressionado com o modo como ele abordava temas técnicos fora do seu domínio habitual», recordou.

Ayrton Senna

«Quando o Ayrton visitou a fábrica, ajoelhou-se de imediato junto ao carro, a observar a suspensão traseira. Fez várias perguntas sobre o design e os motivos por detrás de cada detalhe. Era incrivelmente curioso e perspicaz».

O engenheiro revelou ainda que Senna ficou fascinado com a suspensão inteligente da Williams — tecnologia que seria banida meses depois, obrigando a equipa a redesenhar o carro em apenas três meses.

«Sem dúvida, o Ayrton era excecional», concluiu.

O início difícil da temporada de 1994 e o trágico acidente de Ímola puseram fim a uma colaboração que, segundo Newey, poderia ter marcado uma era.

Com a sua chegada à Aston Martin prevista para março de 2025, Newey mostra-se entusiasmado com a oportunidade de trabalhar finalmente com Fernando Alonso.

«Foi uma espinha que ficou cravada. Sempre quis colaborar com ele. Tenho enorme respeito pelo Fernando», admitiu.

Da esquerda para a direita: Fernando Alonso (piloto), Adrian Newey, Lawrence Stroll (CEO AM F1) e o filho, que também é piloto na AM, Lance Stroll (Fotografia: @AstonMartinF1)

«O facto de ter apenas dois títulos não reflete a sua verdadeira capacidade. Tal como Verstappen ou Senna, é um daqueles pilotos que conseguem extrair o máximo do carro em qualquer circunstância».

Com o novo regulamento de 2026 no horizonte, Newey e Alonso partilham o mesmo objetivo: levar a Aston Martin ao primeiro título mundial da sua história.