Fórmula 1
Fórmula 1 - Foto: IMAGO

A mais recente ideia da F1 para tornar as corridas mais emocionantes

Organização da competição procura encontrar formas de tornar a F1 mais emocionante novamente

A Fórmula 1 passa por uma crise de emoção no que diz respeito aos acontecimentos e à competividade em pista. «A F1, neste momento, é uma corrida até à primeira curva. Não há degradação de pneus, não há diferenças entre os carros mais rápidos», afirmou George Russell, piloto da Mercedes, nos Estados Unidos. Esta é uma situação pouco favorável para um desporto de entretenimento onde os estímulos se multiplicam e o imediatismo dita as regras, obrigando a própria competição a procurar mudanças. Durante o Grande Prémio de Itália, foram lançadas ideias como fins de semana sempre em formato sprint ou grelhas invertidas, mas as propostas não se ficam por aí.

Em 2025, por exemplo, uma ideia foi testada no Mónaco: a obrigatoriedade de duas paragens nas boxes. O resultado não alterou a dinâmica da corrida, pelo contrário. A prova desvirtuou o ADN da competição, com as equipas a tentarem manipular o desenrolar dos acontecimentos. Verstappen adiou a sua paragem até à última volta, enquanto os Williams criaram um «comboio» que permitiu a Sainz e Albon ganharem vantagem. «Manipulámos a corrida, como toda a gente», admitiu o piloto espanhol, visivelmente frustrado. A corrida não melhorou, embora a culpa pareça recair sobre o próprio circuito do Mónaco, cujo traçado inalterado dificulta a vida aos monolugares atuais nas suas ruas estreitas.

Contudo, a ideia não parece ter sido considerada totalmente negativa. A Fórmula 1 e a sua proprietária, a empresa americana Liberty Media, pretendem manter a obrigatoriedade de duas paragens, e não apenas no Mónaco. Segundo a edição italiana do Motorsport, está a ser estudada a introdução de outra medida radical para 2026, a par dos novos regulamentos: duas paragens obrigatórias em todas as corridas. A proposta ainda terá de ser aprovada, mas já está em cima da mesa de negociações na próxima Comissão da F1.

Arranque do GP do México - Foto: F1
Arranque do GP do México - Foto: F1

Seria uma mudança drástica, embora do dito ao feito vá uma grande distância. A forma de implementar a regra ainda não está definida, existindo várias opções. As mais faladas estão relacionadas com a Pirelli, cujos pneus atuais, com uma degradação reduzida, tornaram as corridas mais previsíveis no que toca a paragens nas boxes. O pneu é, portanto, o eixo central da mudança, descartando-se para já o regresso dos reabastecimentos ou outros fatores que impliquem passagens pela via das boxes.

Uma das opções seria proibir que um conjunto de pneus fosse utilizado por mais de 45% da distância da corrida. Outra possibilidade passaria por obrigar à utilização de todos os compostos disponíveis (macios, médios e duros) fornecidos pela Pirelli em cada Grande Prémio. Uma terceira via, em sentido oposto, seria permitir que as equipas não tivessem de usar mais do que um tipo de composto, podendo, por exemplo, montar uma combinação macio-macio sem qualquer penalização.

Lando Norris terminou o GP dos Estados Unidos na 2.ª posição, atrás de Max Verstappen
Lando Norris terminou o GP dos Estados Unidos na 2.ª posição, atrás de Max Verstappen

A proposta ainda tem de ser formalmente apresentada e aprovada, e a sua eficácia só poderá ser comprovada em pista. No entanto, alguns pilotos já apontaram outras soluções para melhorar o espetáculo. Fernando Alonso, por exemplo, defende que a chave está nas boxes, mas não através de "«deias loucas». «Ninguém pede que um jogo de futebol dure menos tempo», comentou, apontando o combustível como um fator decisivo. «Quando se pode escolher a quantidade de combustível, a forma de correr muda e criam-se estratégias de corrida incrivelmente atrativas», explicou.

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