Arábia Saudita quer organizar Mundial de Futebol Feminino em 2035
Bandeira da Arábia Saudita (IMAGO/CHROMORANGE)

Arábia Saudita quer organizar Mundial de Futebol Feminino em 2035

FUTEBOL FEMININO19.10.202319:51

A intenção foi avançada por Monika Staab, diretora técnica da seleção feminina do país do Golfo, que também pretende organizar o Campeonato do Mundo em 2034

Ao participar na conferência 'Leaders Week' em Londres, Monika Staab revelou o teor de uma conversa com os principais administradores do desporto da Arábia Saudita: «Sei que eles querem organizar o Mundial masculino – porque não organizar também o Mundial feminino em 2035?»

Staab afirmou também estar a montar uma equipa que esteja pronta a competir a esse nível, sendo que, tendo sido criada em 2022, a seleção feminina saudita ainda não disputou nenhum torneio competitivo. 

Estas não são as primeiras tentativas da Arábia Saudita de organizar um torneio de futebol internacional – o país formalizou uma candidatura à organização do Mundial 2030, mas acabou por retirá-la. Para além disso, o país pretende acolher a Taça Asiática Feminina da AFC em 2026.

Já para o Mundial Feminino de 2023, a FIFA pretendia anunciar que o órgão de turismo do país saudita, Visit Saudi, iria patrocinar o torneio, mas a decisão foi revertida após protestos por parte de ambos os países organizadores – Austrália e Nova Zelândia, que afirmaram não terem sido contactados antes dessa tomada de decisão – e de jogadoras como a norte-americana Alex Morgan.

A questão do “sportswashing”

A Arábia Saudita tem sido criticada pela violação de direitos humanos e acusada da prática de 'sportswashing', que se define pela intenção de melhorar a imagem do país através de fortes investimentos no desporto, tais como a aquisição do clube inglês Newscastle United ou o recrutamento de jogadores como Cristiano Ronaldo e Neymar para a liga local.

O saudita Yasser al-Khayat é um dos principais críticos do país liderado por Mohammed bin Salman e, em setembro deste ano, escreveu uma carta dirigida a Steven Gerrard e a Jordan Henderson, respetivamente treinador e capitão do Al-Ettifaq, detalhando acusando o regime saudita de vários crimes, entre os quais a morte do seu irmão, Mustafa: «Ele foi uma das 81 pessoas mortas num dia, a maior execução em massa da história do país; e mataram-no porque foi a uma manifestação em defesa dos direitos humanos.»

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