Médio tinha estado nos auriverdes de 2015 a 2019, mas depois passou por Turquia e Roménia antes de regressar a casa - Foto - Tondela
Médio tinha estado nos auriverdes de 2015 a 2019, mas depois passou por Turquia e Roménia antes de regressar a casa - Foto - Tondela

Taça de Portugal antecede Sporting: «A equipa está em crescimento»

Hélder Tavares, histórico médio do Tondela, está na segunda passagem pelo clube e vai na sétima época nos beirões. Tem noção das dificuldades neste regresso à Liga, mas confiança não falta. Está para durar. Foco total no Vila Real, para a prova rainha, e só depois serão viradas as agulhas para a receção aos leões. Cabo Verde no Mundial? «Orgulho!»

— O Tondela está em 17.º e penúltimo lugar, com apenas 5 pontos conquistados em 24 possíveis. Como analisa o arranque de época?

— Tenho vindo a gostar do que temos feito. Apesar de os resultados não serem tão positivos assim, estamos num processo. A equipa está em crescimento e as coisas vão acontecer. Estamos tranquilos e temos noção do que estamos a fazer. Vamos subir na tabela.

— São dores as de crescimento do regresso do clube à Liga?

­— Sim, concordo. Mas se olharmos para os outros anos em que o Tondela esteve na Liga, os começos nunca foram diferentes. Claro que ninguém quer um início assim, mas estamos tranquilos. Sabemos que a situação vai melhorar.

— Chegaram muitos jogadores novos. Também pode ser por aí?

— No início da época tínhamos um reforço, na altura do estágio. Não é arranjar desculpas, foi apenas a verdade. A equipa foi fechada tarde e isso faz com que o processo esteja a ser mais longo. A equipa tem mostrado coisas boas e a situação vai mudar, não tenho dúvidas. Trabalhamos bem, temos feito bons jogos e estamos no caminho certo.

— A análise deve ser global, mas a equipa apenas marcou golos em dois dos oito jogos. Porquê?

— Nunca se deve individualizar, será sempre o coletivo. Não marcamos, é verdade, mas criamos. Em épocas anteriores aqui no Tondela não tínhamos esse poder ofensivo, de chegar lá tantas vezes. Criamos várias situações, mas não estamos a marcar tanto quanto queremos. O processo está lá e a bola vai começar a entrar.

— Segue-se o Vila Real, para a Taça de Portugal, e depois Sporting, para a Liga, e Benfica, para a Allianz Cup. Como projeta estes jogos?

­— Vamos encarar, primeiro, o Vila Real, que vem com uma motivação muito alta por jogar contra uma equipa de Liga. Temos de cumprir o nosso dever, que é chegar lá e vencer. Até porque trabalhar sobre vitórias dá sempre mais alento para a semana seguinte.

— O Hélder tem 35 anos, está na sétima época nos auriverdes e é capitão de equipa. É uma instituição dentro da instituição...

— [risos] É um orgulho muito grande e esta época sou o primeiro capitão. Tenho enorme ligação com o clube e com a cidade e não podia estar mais realizado. Tento deixar a minha marca para que olhem para mim como exemplo.

— A SAD recebeu recentemente a entrada de um novo investidor. Como prevê o futuro do Tondela?

— O adepto quer ver o Tondela consolidado na Liga, bem como a projetar jogadores da formação para a primeira equipa. Esta SAD preocupou-se também com a construção da academia e isso é muito importante. O que vejo no futuro é um Tondela de primeira.

— Já pensa no final de carreira? E ficará ligado ao futebol?

— É impossível não ter os momentos em que não pense que está para chegar. Mas continuo muito focado no dia a dia e no que tenho para dar. Não sei se será como treinador, mas gostava de ficar ligado ao futebol, isso claramente.

'Grandes' costumam passar mal na Beira

Se o próximo destino do Tondela é Vila Real, por ocasião da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, o horizonte aponta, depois, para o regresso aos jogos do campeonato e logo com a receção ao Sporting, o atual bicampeão nacional.

Hélder Tavares olha ao passado para projetar o futuro. «Nenhum jogador precisa de motivação para estes jogos. Em épocas anteriores os ditos grandes tiveram muitas dificuldades passarem em Tondela. Lembro-me de termos ganho 2-1 ao Sporting [2018/2019]. Claro que sabemos que é o bicampeão, uma equipa que joga junta há muito tempo e que está bem, num bom momento. Mas nós também temos as nossas armas e a jogar em casa vamos querer tirar algo deste jogo», assume.

Tubarões Azuis no Mundial? «Orgulho!»

Cabo Verde garantiu, esta semana, a qualificação para a fase final do Campeonato do Mundo de 2026. Que sentimento lhe invade a alma após este feito histórico?

— É um sentimento de alegria e orgulho enormes. Todos sonhávamos, mas agora está finalmente consumado. Sinceramente, acho que ainda ninguém consegue bem descrever o que isto significa. A única coisa que posso garantir é que é uma felicidade indescritível para todo o povo cabo-verdiano.

— O Hélder tem 15 internacionalizações pela principal seleção de Cabo Verde. É um sonho voltar a ser chamado e estar presente no momento mais importante dos Tubarões Azuis?

­— Claramente que é um sonho. Mas, acima de tudo, o que quero deixar bem claro é que estou extremamente orgulhoso do feito alcançado pelos meus colegas. Se os responsáveis pela seleção se decidirem pela minha convocatória, estarei sempre disponível para representar o meu país.

— Consumado o apuramento, como projeta o Mundial? Que objetivos poderão ser alcançados?

— Quem conhece a realidade de Cabo Verde olha para esta qualificação como uma forma de poder desfrutar de tão grande competição. Mas, acima de tudo, acho que pode ser um dínamo de crescimento para o futuro do futebol cabo-verdiano, até porque os jogadores mais jovens, que por esta altura ainda estão em processo de formação, vai alargar os seus horizontes e começam a pensar que um dia também eles poderão representar Cabo Verde num Mundial.

Médio dos beirões festejou apuramento de Cabo Verde à distância - Foto: Tondela