Sub-21: «Alterações não são na perspetiva de castigo ou despromoção...»
Luís Freire, selecionador nacional de sub-21, gosta de trabalhar com um grupo aberto e, sob esse desígnio, assegura que as mudanças que promoveu na convocatória para outubro não seguem uma ordem relacionada com qualquer tipo de «castigo ou despromoção».
Venceu os dois primeiros jogos na Seleção sub-21. O que é que isso diz sobre este grupo de jogadores?
—Os resultados refletem principalmente o que os jogadores foram capazes de fazer. Queremos aproveitar o muito talento que temos nesta geração de jovens talentos, mas é reflexo do trabalho e da qualidade deles, das seleções que construímos. Equipa técnica, jogadores, staff à volta dos jogadores... Todos tentamos criar o melhor ambiente e dar o máximo pelo nosso país. Há fome de ganhar e o reflexo são os resultados que apareceram, fruto de trabalho coletivo que está a ser feito e que tem de existir, obrigatoriamente. Foi só o início do caminho. Temos de melhorar o que há para melhorar.
Há estreias e regressos nesta convocatória. Significa que é um grupo com portas abertas?
—Queremos ao máximo que a competitividade seja muito alta. Temos essa capacidade em Portugal, mérito dos clubes e de quem aposta nos jovens. São alterações não na perspectiva de castigo ou despromoção, mas sim de aumentar a nossa observação de jogadores, reconhecendo a qualidade que há, que surge pelo contexto alto em que jogam. Há muitos a jogar na I Liga, na Champions League e na Liga Europa. É um grupo aberto, que, como é lógico, vai tendo um núcleo mais presente, como é normal em qualquer seleção. Mas temos a responsabilidade de olhar para mais do que 23 ou 24 jogadores. Faz sentido alargar o projeto da nossa equipa, em colaboração com a Seleção A e os sub-20, na perspectiva de dar espaço a jogadores que têm qualidade e que podem integrar o nosso projeto.
Como tem sido a experiência na Seleção de sub-21 até ao momento?
—Está a ser uma experiência que me deixa muito orgulhoso e muito honrado. A mim e à equipa técnica. Representar o nosso país naquilo que mais gostamos, que é o futebol, é um orgulho e um sentimento de muita vontade de ajudar os nossos jovens e conseguir que Portugal obtenha um futebol de que as pessoas gostem, assim como as vitórias que queremos para as nossas seleções. É com essa honra que representamos a nossa Seleção. Está a ser muito positivo, com muito trabalho. Estamos a observar muitos jogadores. Temos um grupo unido, com relações boas e queremos dar o máximo em campo. Temos de fazer por ganhar, ser dominadores e uma Seleção que marque e não sofra, com uma reação muito forte à perda. Felizes e alegres por estarmos cá. Depois, queremos fazer com que sejam melhores.
Que dificuldades pode colocar a Bulgária, primeiro adversário deste ciclo?
—Preparámos a lista a pensar nos dois jogos que temos. A Bulgária mudou de selecionador, tem um núcleo de jogadores que atuam na Liga búlgara e atacantes que jogam nas melhores equipas de lá. A dificuldade pode estar na perspetiva de saber o sistema que vão usar. Estamos focados na nossa forma de jogar, com muito trabalho a pensar em nós. Vamos preparar da melhor forma estes dois jogos, tal como fizemos no primeiro estágio.
Espera um apoio tão forte como aquele que tiveram em Barcelos, contra o Azerbaijão?
—Foi uma experiência fantástica, sentimo-nos muito acarinhados, com quase 8000 adeptos no primeiro jogo dos sub-21. Estarmos a cantar o hino e as pessoas estarem connosco é algo que valorizamos muito. Faz sentido haver esse ambiente, ter as pessoas a puxar por estes jogadores. Só assim vamos ter uma equipa mais confiante, também para que sintam esse carinho quando erram. Vamos ao Algarve [Portimão] e peço que nos apoiem. Vamos jogar por Portugal, por eles [adeptos] e queremos gerar emoções. Puxem por nós como em Barcelos. Estava 0-0 ao intervalo e ouvimos palmas. Depois, ganhámos 5-0. Há uma tentativa clara de aproximar os nossos sub-21 dos portugueses e isso também se vê através da disponibilização de bilhetes gratuitos.