Frederico Varandas assumiu a presidência do Sporting em setembro de 2018
Frederico Varandas assumiu a presidência do Sporting em setembro de 2018 (Foto Miguel Nunes)

Sporting: Varandas já vendeu €710,45 milhões

Presidente leonino está na liderança do clube desde setembro de 2018 e o encaixe na venda de jogadores atinge números nunca antes vistos em Alvalade. Gyokeres lidera a tabela. Jogadores ‘made in Alcochete' representam parcela bastante significativa

Vitórias que levam a conquistas de troféus são o desejo de qualquer adepto. Mas, é sabido, é preciso muito trabalho para se chegar ao topo da pirâmide. E desde que Frederico Varandas assumiu a presidência do Sporting, em setembro de 2018, já foram conquistados três campeonatos nacionais, três Taças da Liga, duas Taças de Portugal e ainda uma Supertaça.

Um balanço extraordinário, ainda mais tendo em conta a travessia do deserto dos leões no que ao arrecadar de troféus diz respeito, com a quebra de jejum de 19 anos sem serem campeões nacionais a acontecer em 2020/2021, com Ruben Amorim no comando técnico.

Sucesso desportivo significa também sucesso financeiro, levando naturalmente à cobiça de jogadores, os mais brilhantes diamantes a valerem o que não valeriam sem essas conquistas. E com isso a administração de Varandas a vender como nunca em Alvalade, são já mais de 700 milhões euros de encaixes com a venda de passes de jogadores e com isso o maior equilíbrio das finanças do leão.

Foi com o nome de Amorim ao leme da equipa que se começam a evidenciar ainda mais os investimentos da era Varandas que deram frutos, tanto a nível desportivo como económico, e que têm enchido os cofres de Alvalade, mais concretamente a saída de jogadores. É certo que a desconfiança em gastar €10 milhões num treinador que não tinha experiência de Liga era grande, principalmente por parte dos adeptos, mas foi, sem dúvida, uma aposta que viria a revelar-se acertada.

Após quatro épocas e meia de leão ao peito Amorim deu o salto para a Premier League, com o Man. United a pagar a totalidade da sua cláusula de rescisão, precisamente €10 milhões, mais €1 M pelos adjuntos. Mas, passemos a escalpelizar as principais vendas, e compras, leoninas sob a égide da presidência de Frederico Varandas.

Frederico Varandas homenageia Ruben Amorim antes da sua saída para o Manchester United
Frederico Varandas e Ruben Amorim no adeus do técnico ao Sporting (Foto: Imago)

Desde o início. A época 2019/2020 foi a primeira inteiramente da responsabilidade da atual administração, com as principais vendas a serem as de Bruno Fernandes (€55 milhões que, com objetivos, valeu €65 M), Raphinha (€21 M) e Thierry Correia (€12 M), um total de €115,2. Num ano em que foram comprados os passes de Vietto (€11 M), Sporar (€6 M), Rosier (€5 M) e Rafael Camacho (€5 M), num total de €32 milhões, ficando saldo positivo de 83 milhões.

Na temporada seguinte, as compras de Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Feddal, Tabata e Paulinho valeram investimento de €42,85 M, sendo que foram vendidos Wendel, Acuña, Matheus Pereira e Vietto, num somatório de 51,38 milhões. Contas feitas, entre o deve e o haver a receita foi de 8,5 milhões.

Matheus Pereira fez 27 jogos com a camisola principal do Sporting (A BOLA)

Chegados a 2021/2022, eis que surge a época mais negativa. Foram gastos €40 M com as aquisições de Ugarte, Edwards e Esgaio, sendo que apenas saiu Nuno Mendes por empréstimo, com taxa de €7 M, mas com venda certa no verão seguinte. Ora aqui registe-se saldo negativo de 23 milhões.

O ponteiro voltou ao verde logo em 2022/2023, com um encaixe na ordem dos €86 milhões face às vendas de Matheus Nunes, o tal encaixe de Nuno Mendes, e as saídas de Palhinha e Plata, num total de 139 milhões, contra 53 milhões em compras, com as de St. Juste e Rúben Vinagre a serem as mais dispendiosas: 10 milhões.

Com 2023/2024 chegou a contratação mais cara da história Sporting (agora destronado por Luis Suárez, que custou €22,1 M): o Coventry receber 20 milhões, mais 4 milhões em objetivos, por Viktor Gyokeres que, diga-se, na semana passada tornou-se na venda mais cara dos leões, com o Arsenal a desembolsar 65,8 M, mais 10,2 M por objetivos. E ainda a chegada de Hjulmand, por €18 M. Quanto às vendas, saíram Ugarte, Porro, Chermiti e Tiago Tomás, com 124 milhões a entrarem e a saíram 64 M dos cofres (saldo positivo de 60 milhões).

Na última época, destaque-se as aquisições de Harder (€19 M), Debast (15,5), Maxi Araújo (13,6), Kovacevic (4,8), Biel (€6 M) e Rui Silva, com cláusula obrigatória a rondar os 5 milhões, sendo que foram vendidos Fatawu, Mateus Fernandes e Paulinho, com Frederico Varandas a conseguir segurar peças fulcrais na equipa a pensar no bicampeonato, objetivo que foi alcançado, assim como a Taça de Portugal, com a dobradinha que fugia de Alvalade há 23 anos.

Viktor Gyokeres e Frederico Varandas na festa de campeão do Sporting
Viktor Gyokeres e Frederico Varandas (Foto Miguel Nunes)

Neste ano civil de 2025, desde janeiro, registam-se sete vendas que renderam 162,56 M, nomeadamente de Gyokeres, Quenda, Essugo, Edwards, Franco Israel, Kovacevic e Afonso Moreira. Valor que dá (folgada) margem de manobra para satisfazer os desejos de Rui Borges que, diga-se, pega na equipa de início, podendo moldá-la à sua imagem.

Certas estão já as contratações de Alisson Santos (2,1 milhões), Kochorashvili (5,5 M, mais dois por objetivos) e Luis Suárez (22,1 M+5,2, o mais caro de sempre, como já foi referido) – João Virgínia chegou para a baliza a custo zero.

Há um dado que salta à vista no meio de tantos milhões transacionados, o facto de que nas maiores vendas durante o mandato de Frederico Varandas há oito jogadores made in Alcochete: Matheus Nunes, Nuno Mendes, Gelson Martins, João Palhinha, Rui Patrício, Thierry Correia, Quenda e Essugo.

Só estes atletas renderam um total de €238,85 milhões! Contas feitas às principais vendas que se conseguem contabilizar, total de 710,45 milhões de euros. O leão de Varandas ganha como não se via há 70 anos e vende como nunca se viu na história do clube.

Ataque à Academia levou a mão cheia de saídas

Além da equação acima descrita, há ainda a ter em conta que na sequência do ataque à Academia, episódio ocorrido a 15 de maio de 2018, foram nove os jogadores a avançar para rescisão de contrato alegando justa c causa, com Bruno Fernandes, Bas Dost e Battaglia a recuarem, posteriormente, com essa intenção.

Ainda assim, a SAD leonina chegou a acordo com o Wolverhampton por Rui Patrício, encaixando de €18 M, mais €15 milhões vindos do Atl. Madrid por Gelson – eram €22,5 M, mas é preciso descontar o preço de Vietto (jogou duas épocas de leão ao peito, incluído na transação –; há ainda a ida de Podence para o Olympiakos que valeu €7 M ao Sporting e a saída de Rafael Leão já rendeu €20 M (o Tribunal Arbitral do Desporto determinou que o jogador tinha de pagar €16,5 M, valor que, posteriormente, a FIFA deliberou que o Lille teria de pagar em solidariedade com Rafael Leão), sendo que os leões reclamaram junto das instâncias competentes o valor total da cláusula, ou seja, €45 milhões.

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