Fresneda, de 21 anos, e Vagiannidis, de 24, têm dividido titularidade no lado direito da defesa - Fotos: Miguel Nunes
Fresneda, de 21 anos, e Vagiannidis, de 24, têm dividido titularidade no lado direito da defesa - Fotos: Miguel Nunes

Sporting: um-dó-li-tá na lateral direita

Fresneda e Vagiannidis têm discutido titularidade: o que pesa nos pratos da balança de Rui Borges. Nélson fala sobre as especificidades da posição

Desde que assumiu o comando técnico, no final de dezembro do ano passado, que Rui Borges sempre disse que todos contam e ninguém tem lugar garantido no onze. É precisamente o que se passa na lateral-direita. No sistema implementado esta época, com defesa a quatro, não há um dono do lugar.

Fresneda, a cumprir terceira época de leão ao peito, começou por ser o titular, cumpriu os 90 minutos nos cinco primeiros jogos oficiais, depois foi Vagiannidis, reforço de verão, a assumir a posição. Falamos de dois jogadores similares, velozes, o grego mais vocacionado para incursões ofensivas, o espanhol mais forte na ocupação de espaços defensivos, ambos com boa leitura de jogo. Uma dor de cabeça, das boas, para Rui Borges que, consoante o adversário e o que pretende para os respetivos jogos faz a sua escolha.

A BOLA falou com Nélson Alves, antigo lateral-direito que jogou de leão ao peito entre 1991 e 1996 — fez 154 jogos, marcou três golos e conquistou uma Taça de Portugal e uma Supertaça —, que deu uma visão mais técnica sobre a posição em causa e o que pode pesar na escolha de Fresneda ou Vagiannidis.

Nélson Alves foi lateral-direito do Sporting - Foto: Facebook Nélson Alves

«São dois jogadores selecionáveis. Este tem sido o melhor ano do Fresneda, sem dúvida. Quando Amorim o contratou era tido como grande esperança, mas as coisas não lhe correram bem, principalmente com a Atalanta, jogo de má memória também para o Sporting, e nunca mais foi aposta recorrente. Rui Borges foi quem, de certa forma, o recuperou, e sem ter jogos excecionais está a fazer a época mais sólida em Portugal. Está muito mais confiante, mais solto e à vontade, até porque o sistema de três centrais não o favorecia», começou por dizer Nélson, prosseguindo para a análise a Vagiannidis.

«No um contra um é muito forte, tem excelente capacidade física, em termos defensivos ainda não deu para ver muito bem as suas reais capacidades, porque o Sporting, tirando os jogos de maior dificuldade, joga sempre em superioridade numérica no campo do adversário. De qualquer forma, acho importante esta gestão, porque os laterais numa equipa como o Sporting, que joga em todas as frentes, são os jogadores que mais desgaste físicos sofrem», realçou.

«Três centrais é mais dinâmico»

Com a implementação da defesa a quatro Eduardo Quaresma perdeu espaço, com Nélson a frisar também a perda de St. Juste, realçando que preferia ver o Sporting a jogar com três centrais.

«O Sporting tinha alicerçado a sua estrutura para um sistema de três defesas e, por isso, precisava de mais centrais no plantel, a partir do momento em que Rui Borges aposta só em dois, Quaresma e St. Juste, que é um belíssimo jogador, perderam espaço. É uma pena ver esses dois elementos sem participação nos jogos. Sinceramente, apreciava mais o sistema do Sporting de três centrais, mais dinâmico, que garantiu muitas vitórias e três campeonatos, durante quatro anos a equipa foi formatada para o sistema de três centrais e comparativamente com o futebol atual, conforme está, as características e as dinâmicas que tem, acho que optaria, neste momento, por três centrais», realçou.

E foi mais longe: «Se repararmos, jogadores como Morita e Hjulmand, que tinham grande relevância, neste momento não têm, porque, tirando os jogos contra as equipas de menor dimensão, pouco ou nada se notam no sistema de dois centrais porque as equipas bloqueiam a saída do jogo do Sporting para os dois jogadores e eles passam despercebidos no campo.»

Espanhol estreou-se pelos sub-21 com uma assistência

Iván Fresneda voltou ao radar das seleções jovens espanholas ao ser integrado na convocatória de David Gordo para representar os sub-21, uma estreia para o jogador do Sporting, tendo em vista os jogos diante da Noruega e Finlândia (na próxima terça-feira), de preparação para a qualificação para o Campeonato da Europa da categoria.

Fresneda com a camisola dos sub-21 de Espanha - Foto: IMAGO

Diante dos noruegueses, em que a Espanha venceu por 4-1, Fresneda começou no banco de suplentes, mas acabou por cumprir toda a segunda parte a um nível positivo, fazendo uma assistência para golo, deixando boa imagem dentro das quatro linhas e a prometer novas chamadas.

Diga-se que Fresneda já havia somado internacionalizações nas equipas espanholas de sub-18 (duas) e sub-19 (13), tendo, na última categoria, jogado a final do Europeu, em 2023, quando representava o Valladolid, com os espanhóis a caírem aos pés de Itália (2-3).