Sérvia, o temível adversário em que Rafael vai superar o pai, Carlos Lisboa
Depois da brilhante exibição de Neemias Queta (23 pontos, 18 ressaltos, 2 roubos de bola, 4 desarmes), e da Seleção em termos defensivos, na abertura do 41.º EuroBasket, que se traduziu na: primeira vez, em quatro presenças, que Portugal ganhou (50-62) o jogo inaugural; um triunfo volvidos 18 anos — no Lituânia-2011 só registaram derrotas; a primeira vitória frente à Chéquia (1 v-6 d); e a primeira vez que um basquetebolista somou mais de 20 pontos e 15 ressaltos numa partida de estreia nos últimos 30 anos do Europeu, hoje, segue-se a Sérvia.
Após o dia de descanso que se seguiu ao sonho, espera-se que o segundo encontro do Grupo A não se torne num pesadelo.
Não que alguém espere que os Linces venham a jogar de igual para igual face à segunda seleção do ranking mundial, que cilindrou a Estónia, que Portugal ambiciona vencer para passar aos oitavos de final, por 34 (!) pontos (98-64).
Trata-se da seleção bronze nos Jogos de Paris-2024 e que esteve quase a afastar os Estados Unidos da final, onde no plantel figura o melhor jogador do mundo, o poste dos Nuggets Nikola Jokic, três vezes MVP da NBA, assim com outros três outros elementos — Bogdan Bogdanovic, Nikola Jovik, Tristan Vukceviv — que alinham na liga americana e sete em clubes da EuroLiga.
A esse nível, Portugal tem Neemias nos Celtics, e tirando Travante Williams, que em 2025/26 atuará no Le Mans, da liga francesa, os restantes jogam na Primera FEB (ex-LEB Ouro) ou na Liga Betcic.
Mas falemos de outras boas exibições do embate ante a Chéquia, como foi a ação de Rafael Lisboa (15 pts, 2 res, 3 ass). No 3.º quarto (11-13) segurou Portugal na liderança do ao converter 11 dos 13 pontos da Seleção, incluindo três triplos, para resistir a um parcial de 19-3(!) dos checos e entrar no último período a liderar por 40-45.
Isto no encontro em que o base, de 25 anos, igualou o pai, o mítico Carlos Lisboa, em internacionalizações nos seniores: 46. Se atuar em todos os jogos da fase de grupos atingirá as 50.
«50 já é um número grande», diz, de imediato Rafael, à comunicação da federação. Sempre tive o objetivo de jogar na Seleção, mas se me dissessem há 10 anos que aos 25 anos iria ter 50 internacionalizações, se calhar não iria acreditar. Por isso, é sem dúvida uma honra. É fruto, obviamente, do meu trabalho durante estes anos, mas é também um agradecer por toda a confiança que me dão e essas coisas», vai referindo após o treino.
«Mas, como disse, é uma honra poder representar Portugal 50 vezes neste Europeu. Espero que no final tenha um pouco mais, seria um sinal [que passará aos oitavos de final]. Mas para estas 50 quero jogar o máximo. É um privilégio fazê-lo pela minha nação, pelo meu clube [Ourense], pela minha família, amigos e por toda a gente. Por isso, agora vão ser 50, depois 100 e depois mais. Enquanto estiver saudável e os treinadores avaliarem-me capaz para ajudar a Seleção, estarei sempre disponível», acrescentou o internacional luso.
E o seu pai, já sabe que o vai ultrapassar em internacionalizações? «Já falámos disso. Disse-me: ‘recebi um relógio das 100 internacionalizações, mas agora não contaram com os jogos que fizemos nos Estados Unidos, porque defrontámos universidades’». Acaba por ser verdade. Oficialmente disputou mais de 100 jogos pela Seleção, mas acabavam por não serem partidas oficiais porque não foram contra Seleções. Só que o meu pai, tudo o que sejam os filhos a bater, ele fica contente. Fica tão ou mais orgulhoso do que eu por representar a Seleção, estar aqui, termos ganho ontem e ter jogado bem. Fica tão contente como se fosse o seu próprio sucesso», explica Rafa.
E vai vir assistir ao jogo contra a Sérvia? «Não, não vai poder vir a nenhum dos jogos, no entanto, acompanhou sempre a preparação. Esteve no Torneio de Braga, agora no último encontro com o Sporting em Sines. Está sempre presente. Vê os Jogos todos, liga-me depois, falamos sobre o jogo... Não está cá, mas é como se estivesse», acaba por afirmar.
Já quanto ao aguardado embate contra a Sérvia, Lisboa não tem dúvidas do que aí vem. «Obviamente, sabemos que é um jogo difícil. É contra, na minha opinião, a seleção mais forte do torneio. Trata-se de uma equipa fortíssima, mas possuímos as nossas armas. Neste tipo de partidas não há nada a perder. Temos tudo a ganhar e acho que vamos jogar com tudo o que temos. É um privilégio poder defrontar uma seleção destas. Por isso, vamos usar o jogo da melhor maneira. Só se ganha ou perde no fim e vai começar 0-0. O desenrolar do encontro é que vai ditar o que é que irá acontecer e nós vamos dar o nosso melhor», prometeu.
Calendário
FASE DE GRUPOS*
27 agosto/3 setembro
Grupo A, Riga (Letónia): Portugal (56.º ranking mundial), Estónia (43.º), Letónia (9.º), Turquia (27.º), Sérvia (2.º), Rep. Checa (19.º):
.Xiaomi Arena, 11.200 espectadores
27 agosto
Rep. Checa-Portugal, 50-62
Letónia-Turquia, 73-93
Sérvia-Estónia, 98-64
Hoje
Turquia-Rep. Checa, 12h45
Estónia-Letónia, 16h00
Portugal-Sérvia, 19h15
Amanhã
Rep. Checa-Estónia, 12h45
Letónia-Sérvia, 16h00
Turquia-Portugal, 19h15
Segunda-feira
Estónia-Turquia, 12h45
Portugal-Letónia, 16h00
Sérvia-Rep. Checa, 16h00
Quarta-feira
Estónia- Portugal, 12h45
Rep. Checa-Letónia, 16h00
Turquia-Sérvia, 19h15