Rui Fernandes na Celebração Olímpica 2025      Fotografia COP/Francisco Paraíso
Rui Fernandes na Celebração Olímpica 2025 Fotografia COP/Francisco Paraíso

Rui Fernandes: «Temos gente capaz de garantir o futuro da canoagem»

Selecionador nacional distinguido pelo COP com o Prémio de Mérito Desportivo também sonha com algo maior nos Jogos de Los Angeles-2028 depois da conquista do ouro pelo K4 no Europeu e Mundial em 2025

 Quando Fernando Pimenta e João Ribeiro integraram uma Seleção de jovens canoístas portugueses, masculinos e femininos, que espantou tudo e todos no Festival Olímpico da Juventude Europeia Lignano Sabbiadoro-2005, em Itália, Rui Fernandes era o treinador encarregue de uma geração jovem que veio a transformar radicalmente a canoagem portuguesa.

Passado uns anos ficou à frente da Seleção e depois das sucessivas conquistas europeias e mundiais em seniores e sub-23, na última semana, durante a Celebração Olímpica 2025 realizada pelo Comité Olímpico de Portugal, foi distinguido com o Prémio Mérito Desportivo. Igualmente entregue ao selecionador de andebol Paulo Jorge Pereira. No entanto, daquela geração, já só resistem Pimenta e Ribeiro.

«É sempre um enorme orgulho poder receber este prémio, e também um orgulho pelo trabalho que estamos a fazer. Falou no João, no Pimenta e do Festival Olímpico da Juventude. Ora, faz agora 20 anos que eles iniciaram um rumo de sucesso, com as primeiras medalhas nesse festival», recorda.

Fotografia Mariana Tenório/A BOLA

«Foram cinco medalhas, o que foi importante para a modalidade. Deram um grande impulso. Daí até agora tem sido um mar de sucessos, graças a Deus, com muito trabalho. É continuar», diz Fernandes.

Mas esse continuar é um continuar em que é preciso dar um salto ou de manter, porque estamos ao máximo que podemos? O que é que sente na modalidade, em Portugal? «Se referir esta embarcação [K4], que foi campeã do mundo, se fosse no ano passado era campeã olímpica. Venceram com os campeões olímpicos ao lado e os vice-campeões olímpicos também, portanto, permite-nos pensar, fazer um trabalho consistente e chegar aos próximos mundiais e jogos olímpicos a sonhar com algo maior», responde Fernandes, também ele olímpico em Barcelona-1992 e Atlanta-1996.

E aquela base de praticantes de qualidade que surgiu há 20 anos no FOJE, que era muito alargada, existe agora na canoagem portuguesa, para que não apareça só uma embarcação e existam várias nos masculinos e femininos? «Temos um grupo de atletas que nos permite trabalhar para alcançar um conjunto de resultados no futuro. É certo que ainda continuamos a depender de um João Ribeiro ou de um Fernando Pimenta, ainda bem que aqui estão, já são 20 anos no nível mais alto, mas temos gente capaz de sustentar essa tal base e garantir o futuro da canoagem portuguesa», concluiu.