Rui Costa, as críticas à FPF e a centralização de direitos TV: «Toda a gente vai perder»
— O Benfica fez acusações importantes a Pedro Proença e à Federação Portuguesa de Futebol. Não deveria ter uma resposta?
— O Benfica, mais do que fazer queixa, lamenta aquilo que tem visto. Não estou à espera de qualquer resposta pública, estou à espera de respostas dos organismos do futebol português a melhorar o futebol português. Essas são as respostas que queremos. O Benfica não está à procura de favores, só não quer é ser prejudicado. E vai batalhar até à quinta casa para que o futebol português esteja num patamar aceitável para todos. Do ponto de vista de equilíbrio, de honestidade, de se poder evoluir no futebol português.
— Que papel é que o Benfica teve nas eleições da Federação e da Liga?
— O papel do Benfica, na Liga e na Federação, é estar à frente dos processos. Pela importância que tem no País é evidente que o Benfica tem de estar na frente das decisões do futebol português, juntamente com outros clubes. Há muitos temas em cima da mesa que podem mudar muito o futebol português, desde logo a centralização dos direitos televisivos.
— Mas abandonar a comissão de centralização não é estar à frente das decisões.
— É alertar. É alertar, claramente, para aquilo que se está a passar. O Benfica não vai pactuar com uma coisa que não existe. O Benfica aceitou, desde a primeira hora, a centralização dos direitos, segundo a promessa que foi feita a todos os clubes, que ninguém perdia e que o futebol português crescia. Nesse patamar, é do total interesse do Benfica que isto aconteça. Nós, benfiquistas, dizemos que somos grandes demais para o País que temos, então precisamos que o País cresça. Mas apercebemo-nos que estão a ser tomadas medidas que não são as mais coerentes. No final da história, em vez de ganharmos todos, toda a gente vai perder. Estar numa comissão para não ver desenvolvimentos nenhuns… mais vale não estar. Estamos prontos para ajudar em tudo, desde que não prejudique o Benfica. Os números que estão em cima da mesa, que poderiam servir para que nenhum clube perdesse, são difíceis de imaginar. Numa era em que os direitos televisivos em todos os países estão a andar para baixo, nós estamos a pretender uma coisa… Não vemos uma janela aberta
— E que números são esses?
— Inicialmente falava-se de 300 milhões de euros. Não estamos a ver de onde é que possa vir esse dinheiro. Não temos nada que nos mostre que isto vai resultar. A pergunta que se faz é: então serve a quem? Nem que o Governo tenha de rever a lei e adiá-la.
— Sporting e FC Porto estão em sintonia com o Benfica neste campo?
— Não é nossa preocupação que FC Porto e Sporting estejam ou não estejam sintonizados. Eu acho que ninguém quer perder. Temos dois anos para preencher [de contratos de TV até à data prevista da centralização] e já anunciei que temos valores superiores, não muito mas superiores, àqueles que nós temos hoje em vigor. Não sei se FC Porto e Sporting estão de acordo ou não estão de acordo, se estão preocupados ou não estão preocupados, eu tenho de preocupar-me com aquilo que é o Benfica.
— Qual o ponto da situação sobre Benfica Rádio e renovação de contrato com a Adidas?
— A renovação está a ser trabalhada com a Adidas, o contrato está a ser negociado, há valores que entendemos que merecemos desse patrocínio. Em relação à Benfica Rádio, está quase pronta. Não consigo dizer se vai abrir amanhã ou depois de amanhã, mas está para breve.
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