Roglic vence Pogacar, Vingegaard e Del Toro no Andorra Cycling Masters
As montanhas de Andorra transformaram-se num autêntico palco de luxo para a estreia do Andorra Cycling Masters, uma competição de exibição que juntou apenas quatro ciclistas… mas quatro dos melhores do planeta. E como se esperava, o espetáculo foi total - ritmo, rivalidades e sorrisos à mistura, tudo sob o olhar curioso das câmaras que vão transformar o critério num documentário a estrear nas principais plataformas de streaming.
O grande protagonista? Primoz Roglic, o esloveno da Red Bull-BORA-hansgrohe que parece não saber o que é envelhecer. Aos 35 anos, conquistou o primeiro título do evento andorrenho com 55 pontos, à frente do jovem-prodígio mexicano Isaac del Toro (51), do compatriota Tadej Pogacar (42) e do incansável Jonas Vingegaard (36). Um quarteto que dispensa apresentações. Entre eles somam cinco Tours, cinco Vueltas e dois Giros - e uma boa dose de rivalidade saudável.
O público respondeu em força, enchendo as estradas e o centro de Andorra la Vella para ver de perto os supercampeões em ação. O formato da competição dividiu-se em duas etapas bem distintas: um contrarrelógio em montanha, no temido Col de Gallina - 8 km de subida constante, com média de 8,5% - e uma animada corrida de 32 km em circuito urbano, que levou o ciclismo de elite para o coração da cidade.
No relógio, Roglic voltou a mostrar porque é um dos mais completos da modalidade. Completou o percurso em 25 minutos e 39 segundos, deixando Pogacar a 20 segundos. Del Toro perdeu 2 minutos e 26 segundos, e Vingegaard ficou ainda mais atrás (3 minutos e 47 segundos). Mas ninguém parecia demasiado preocupado: o público teve direito a um desfile de técnica e potência, com cada pedalada a arrancar aplausos.
Na prova em linha, o enredo foi outro — ataques, contra-ataques e um final de cortar a respiração. Desta vez, o mexicano Isaac del Toro, de apenas 22 anos, brilhou ao sprint e bateu Roglic na meta após 15 voltas a um circuito de 2,14 km. O jovem da UAE Emirates XRG, segundo na última Volta a Itália, tem andado em grande forma e parece ter deixado claro que o futuro do ciclismo já chegou.
Atrás, Pogacar não resistiu à tentação de animar a corrida com os seus ataques explosivos, mas o arquirrival Jonas Vingegaard estava sempre colado à roda, respondendo a cada tentativa. Os dois melhores voltistas do mundo travaram o seu duelo habitual, mas, desta vez, os holofotes ficaram mesmo sobre o duo Roglic–Del Toro, que levou o público ao delírio com um sprint tão intenso quanto elegante.
No final, o Andorra Cycling Masters deixou uma certeza: quando se juntam nomes como Roglic, Pogacar, Vingegaard e Del Toro, o ciclismo transforma-se num espetáculo total — metade competição, metade show de talento. E quem viu ao vivo já sabe: a montanha nunca foi tão divertida.