Pedro Proença, presidente da FPF, na homenagem a Rui Patrício por ocasião do final de carreira do guarda-redes. 12 de dezembro de 2025. RODRIGO ANTUNES/LUSA
Pedro Proença, presidente da FPF, na homenagem a Rui Patrício por ocasião do final de carreira do guarda-redes. 12 de dezembro de 2025. RODRIGO ANTUNES/LUSA

Proença: «2025 foi um ano excecional para o futebol português»

Presidente da Federação Portuguesa de Futebol falou à margem da gala dos Globe Soccer Awards

Pedro Proença traçou um retrato otimista e ambicioso do futebol português à margem da gala dos Globe Soccer Awards, sublinhando que 2025 ficará como um ano «excecional» e assumindo, sem rodeios, que Portugal deve entrar no próximo Mundial com a ambição clara de ser campeão.

Para o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, o simbolismo da gala vai muito além dos prémios individuais. «O ano de 2025 é um ano excecional para o futebol português, nomeadamente para a Federação, para os jogadores, para os clubes. E, efetivamente, esta gala, estas nomeações — desde jogadores, treinadores, agentes, até às próprias seleções — é o reconhecimento do trabalho que está a ser feito por toda esta comunidade do futebol português», afirmou, ao Canal 11, considerando que o reconhecimento internacional confirma Portugal como um verdadeiro modelo. «O futebol português é um role model daquilo que é a criação e a potenciação de talento, do jovem jogador, do treinador, do dirigente, da organização.»

Proença fez questão de enquadrar os recentes sucessos das seleções jovens — com destaque para as conquistas no Europeu e Mundial de sub-17 — como parte de um projeto de longa duração. «Aquilo que está a acontecer é um trabalho geracional que foi iniciado há muito tempo, há mais de duas décadas. Este é um trabalho não só desta direção, mas desta transversalidade e desta verdadeira visão holística que os dirigentes em Portugal têm tido», explicou, frisando que o sucesso não se limita ao futebol masculino de 11. «Isto não tem a ver só com o futebol de 11, mas também com o futebol feminino, o futebol de praia, o futsal. Aquilo que hoje já está dado como adquirido não é o sucesso de 2025, é o sucesso que o futebol português teve, tem hoje e vai ter num futuro muito próximo.»

O líder federativo destacou ainda a importância do reconhecimento dado a dirigentes, diretores desportivos e agentes. «É uma visão 360 do futebol português. O futebol português não se cinge só à qualidade técnica dos jogadores, é também o trabalho dos treinadores e dos diretores, muitas vezes figuras anónimas», disse.

Inevitavelmente, Cristiano Ronaldo voltou a surgir como símbolo maior dessa projeção internacional. «Cristiano Ronaldo é uma marca que ultrapassa a portugalidade. Todos nós o reconhecemos quando estamos no espaço internacional. Não foi por acaso que o Primeiro-Ministro mencionou a raça que está no nosso capitão. É esse ADN que nos define enquanto portugueses. Muitas vezes perguntam-nos como é que um país tão pequeno, com apenas 11 milhões de habitantes, consegue criar tanto talento. Hoje, aquilo que era uma realidade apenas nos jogadores, acontece em todas estas áreas transversais. O futuro do futebol português estará assegurado nas próximas décadas», afirmou.

Já a olhar para o futuro imediato, Pedro Proença não escondeu a ambição máxima. «Estamos no top 5 das seleções, com capacidade organizacional, de planeamento e de talento para assumir que queremos ser campeões do mundo. Se vai acontecer ou se será um pequeno detalhe a fazer a diferença, veremos. A Federação preparará tudo até ao ínfimo detalhe para que isso possa acontecer. Se este ano conseguimos ganhar a Liga das Naçõese adicionarmos mais duas ou três seleções que fazem esta globalização do que é um Campeonato do Mundo, temos de afirmar: queremos ser campeões do mundo. Ter esta ambição, sem arrogância, mas com a vontade de poder dar esta alegria ao povo português, que tanto merece e tanto tem apostado no futebol», concluiu.