Polémica no Brasileirão: Palmeiras acusa clubes de «pressão descomunal»
Clube de Abel Ferreira emitiu um comunicado depois da controvérsia com a arbitragem do duelo com o São Paulo (3-2)
Estalou a polémica no Brasileirão. O Palmeiras emitiu, esta segunda-feira, um comunicado depois das polémicas em torno da arbitragem do encontro com o São Paulo (3-2), no último domingo, acusando outros clubes de estarem a fazer uma «pressão descomunal» para obter «vantagens futuras» no campeonato.
O jogo fez com que não apenas o tricolor paulista, mas também o Flamengo, adversário na disputa pelo título, se manifestassem publicamente contra a CBF. O árbitro Ramon Abatti Abel acabou afastado.
A Sociedade Esportiva Palmeiras vê com preocupação a pressão descomunal que alguns clubes têm exercido publicamente, e também nos bastidores do futebol brasileiro, com o intuito de instaurar o caos, beneficiando-se dele para coagir entidades e indivíduos em busca de vantagens… pic.twitter.com/ZgvydGxPc4
O emblema de Abel Ferreira diz-se preocupado com o «intuito de instaurar o caos» na competição. Refira-se que o rival paulista, o São Paulo, queixou-se de uma grande penalidade não assinalada a seu favor na segunda parte, quando o marcador assinalava 2-0. O Palmeiras riposta e reclama das expulsões perdoadas, na sua visão, a Alan Franco e Bobadilla.
O Verdão garante ser «amplamente favorável à profissionalização dos árbitros» e defende investimentos e tecnologia e na formação.
O comunicado do Palmeiras na íntegra
A Sociedade Esportiva Palmeiras vê com preocupação a pressão descomunal que alguns clubes têm exercido publicamente, e também nos bastidores do futebol brasileiro, com o intuito de instaurar o caos, beneficiando-se dele para coagir entidades e indivíduos em busca de vantagens futuras e criando narrativas que tentam macular o competente trabalho realizado pela nossa instituição.
É demasiado cômodo creditar a uma decisão do árbitro – e somente a ela – uma virada épica, conquistada com o gosto do suor e três gols anotados em um intervalo de 19 minutos. Até porque também houve marcações da arbitragem desfavoráveis ao Palmeiras, como as não expulsões do meio-campista Bobadilla e do zagueiro Alan Franco, que desferiu uma cotovelada no rosto do atacante Ramón Sosa em um lance sonegado pelo VAR – e ignorado pelos hipócritas da ocasião.
Cabe salientar que, mesmo quando se sente prejudicada, a diretoria do Palmeiras raramente se manifesta em público sobre o tema arbitragem, pois respeita os fóruns de discussão adequados e, acima de tudo, não terceiriza sua responsabilidade nos momentos adversos. Essa postura, por sinal, ajuda a explicar o sucesso que temos obtido ao longo dos últimos anos: olhamos sempre para nós mesmos e trabalhamos sem buscar subterfúgios nem construir desculpas para as nossas derrotas.
O Palmeiras, como se sabe, é amplamente favorável à profissionalização dos árbitros e defende mais investimentos em tecnologia e na formação da categoria, entre outras melhorias. O nosso compromisso com o desenvolvimento do futebol brasileiro está acima de qualquer interesse individual. Por essa razão, aliás, o Palmeiras, entre os candidatos ao título da Série A, será o único clube a atuar durante a atual Data Fifa, mesmo com a equipe extremamente desfalcada em razão de atletas convocados para suas seleções.
Compreendemos que o crescimento coletivo da nossa indústria exige renúncias, espírito de colaboração e o fim do egoísmo que, lamentavelmente, ainda norteia a conduta de dirigentes que ora apelam à gritaria, ora recorrem a acusações sem provas para justificar resultados negativos. Neste sentido, esperamos que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) seja enérgico com aqueles que, de forma irresponsável, lançam suspeitas indevidas sobre pessoas e instituições.
De referir que José Boto, diretor do futebol do Flamengo, também teceu críticas à atuação de Ramon Abatti Abel no dérbi de São Paulo.