Também nos bancos haverá um duelo interessante esta tarde/noite, em Vila Nova - Fotos: Famalicão e FC Porto
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Oliveira-Farioli: do treino de guarda-redes ao topo da hierarquia da liderança

Treinadores de Famalicão e FC Porto começaram as respetivas carreiras a trabalhar com os donos das balizas. Subiram a pulso, estudaram e hoje são líderes indiscutíveis e de sucesso. Vaná fala de «visão privilegiada»

Separados por 10 anos de idade, Hugo Oliveira (46) e Francesco Farioli (36) têm um dado em comum que, não sendo inédito, não é assim tão normal quanto isso: ambos começaram as respetivas carreiras como treinadores de guarda-redes, hoje são técnicos principais. E com sucesso enquadrado em cada uma das realidades competitivas em que estão inseridos.

No que concerne a Hugo Oliveira, estamos a falar de um percurso que contemplou passagens por Paredes, Rebordosa, Marco, Gil Vicente, UD Leiria, Portugal (sub-17, sub-19 e A), Benfica, e Hull City, Watford, Everton e Fulham (todos de Inglaterra). Uma caminhada construída a pulso, sempre com imenso sucesso à mistura e que permitiu ao português munir-se de muitas ferramentas para o novo desafio que recentemente abraçou.

Relativamente a Francesco Farioli, apresenta também um percurso de muitos anos ligado ao treino de guarda-redes: Margine Coperta, Fortis Juventus, Lucchese. Benevento e Sassuolo (todos de Itália), Qatar (sub-17) e Aspire Academy (Qatar). Passou, depois, a principal, orientando Karagumruk, Alanyaspor (ambos da Turquia), Nice (França), Ajax (Países Baixos) e, desde o início da presente temporada, FC Porto.

O embate desta tarde coloca, portanto, frente a frente dois estudiosos do futebol, outrora especialistas na área do treino de guarda-redes, atualmente líderes de Famalicão e FC Porto. Dois clubes pelos quais passou Vaná Alves, guarda-redes que nos dias de hoje veste a camisola dos cipriotas do Aris Limassol e que aceitou o repto de A BOLA para tentar explicar as especificidades entre orientar os donos das balizas e... um plantel.

Brasileiro, hoje no Chipre, passou por Famalicão e FC Porto - Foto: D. R.

«Na maioria das vezes, os treinadores de guarda-redes, ou até os antigos defesas-centrais, tornam-se bons técnicos porque tiveram sempre uma visão privilegiada do jogo durante as carreiras. Quando somos guarda-redes, por exemplo, conseguimos ler o jogo a partir de trás e isso é bastante proveitoso», começou por dizer.

E o brasileiro detalhou: «É normal que essa visão mais ampla de quem já foi guarda-redes ou de quem os treinou ajude a analisar e a ler melhor o jogo, os sistemas táticos e as dinâmicas.»

Deixando elogios à atualidade de Famalicão e FC Porto, dois clubes que muito lhe dizem, Vaná, de 34 anos, confessou que dificilmente seguirá a carreira de treinador, porque «é bastante exigente».