Messi chorou no momento em que anunciou a saída do Barcelona (IMAGO)
Messi chorou no momento em que anunciou a saída do Barcelona (IMAGO)

Messi e a saída do Barcelona: «Foi estranha, passei os últimos anos sem pessoas»

Jogador do Inter Miami conta tudo, desde o desejo de regressar à Catalunha, à vida em Paris (que «não foi um inferno») e à possibilidade de jogar no Mundial 2026

Lionel Messi concedeu uma longa entrevista ao diário Sport onde começou por fazer nova declaração de amor ao Barcelona, clube onde passou 21 anos da vida até 2021, quando saiu para o PSG. Uma despedida algo amarga para o craque, como este admitiu.

«Fiquei com uma sensação estranha depois de partir, por causa da forma como tudo aconteceu, por causa da forma como acabei por passar os meus últimos anos sem pessoas, por causa da pandemia. Depois de toda a vida que lá passei, não parti como tinha imaginado, como tinha sonhado. Imaginei, como disse, jogar toda a minha carreira na Europa, em Barcelona e depois, sim, vir para aqui como vim. E bem, também foi um pouco estranho despedir-me, por causa da situação, por causa de tudo. Mas bem, penso que o afeto das pessoas estará sempre presente, por causa de tudo o que passámos.»

Messi ganhou 34 títulos ao serviço do Barcelona e, por isso, tem dificuldades em escolher o melhor momento com a camisola culé. Mas acabou por identificar dois: «O sexteto com Pep Guardiola [em 2009] foi extraordinário, a última Champions League com Luis Enrique [em 2015] também. Não sei, é difícil escolher um só momento.»

O desejo de voltar a Barcelona

Messi também não escondeu o objetivo de voltar a Barcelona – tanto à cidade como ao novo estádio do clube quando as obras estiveram finalmente acabadas.

«Nós temos muitas saudades de Barcelona, os miúdos estão sempre a falar de Barcelona, e eu e a minha mulher falamos de Barcelona, da ideia de voltar a viver lá. Temos a nossa casa, tudo, por isso é o que queremos. Estou ansioso por voltar ao estádio quando estiver concluído. Vai ser emocionante reviver e recordar tudo o que lá estava, para além do facto de o estádio ser diferente.»

«Em Paris não me sentia bem»

Messi já lamentou vários aspetos da sua passagem pelo PSG entre 2021 e 2023, sobretudo do ponto de vista pessoal, mas também ressalva: «Paris também não foi um inferno. Mas não me sentia bem com o que estava a fazer e com o que gosto de fazer, jogar futebol, o dia a dia, os treinos, os jogos, mas porque não me sentia bem. Mas depois, a verdade é que tivemos uma experiência muito boa em família, a cidade é espetacular, gostámos muito. Era a primeira vez que saíamos de Barcelona e era tudo novo para nós e por isso também foi muito difícil. Não me sentia bem no dia a dia com aquilo que gosto de fazer.»

Em contrapartida, o jogador e a família adaptaram-se melhor à vida nos Estados Unidos: «Aqui, sim, estamos bem, gostamos da cidade, do dia a dia. O clube é perto, a escola dos filhos também são muito perto, está tudo à mão. Vivemos longe da cidade, Miami é linda, mas o trânsito é intenso.»

E o Mundial? «Não me quero sentir um fardo»

Por fim, o capitão da seleção Argentina, que já cumpriu o último jogo pela seleção no seu país-natal, reafirmou que espera chegar ao Mundial 2026 com capacidade para ajudar a equipa que vai defender o título de campeã do mundo.

«Não quero ser um fardo, quero sentir-me bem fisicamente, quero ter a certeza de que posso ajudar e contribuir para o grupo, para o plantel. A nossa época é diferente da que temos na Europa. Vamos ter uma pré-época pelo meio, poucos jogos até ao Campeonato do Mundo e veremos dia a dia se me sinto bem fisicamente para estar como gostaria e poder participar. Mas é óbvio que tenho consciência de que se trata de um Campeonato do Mundo, que é especial e que é a maior competição que existe. Por isso, estou entusiasmado, mas estou a viver o dia a dia.»