Melhor registo ofensivo no Sporting só mesmo com Yazalde
A produção ofensiva do Sporting na Liga nos últimos tempos tem estado, definitivamente, em alta e a comprová-lo está aquilo que não engana: os números.
Com efeito, contas feitas, nos derradeiros três encontros para o campeonato 14 golos anotados — seis ao Aves SAD (6-0), quatro ao V. Guimarães (4-1) e outros tantos ao Rio Ave (4-0).
No pós-Gyokeres, sabendo de antemão que a equipa não teria a mesma profundidade ofensiva que conferia o sueco, Rui Borges alterou o esquema tático de 3x4x3 para 4x2x3x1 e procurou um jogo mais associativo no último terço, consubstanciado no passe curto e nas roturas em espaço reduzido, numa fórmula que tem dado resultado. E prova disso são os 46 golos anotados em 16 jornadas, o que resulta numa média de 2,88 golos por partida.
Por exemplo, comparativamente com a época passada, na qual Ruben Amorim conseguiu o tal feito de 11 vitórias em outros tantos jogos, o leão tinha menos dois golos anotados.
E tem de se recuar muito no calendário para encontrar um leão mais profícuo no último terço, mais concretamente 51 anos. Estava-se na temporada 1973/1974 quando uma equipa liderada pela lenda Mário Lino já tinha 54 golos apontados à ronda 16 da então I Divisão.
Pode encontrar-se um ponto de confluência quando se chega ao melhor marcador de uma e outra equipa, a do continente do goleador máximo, no caso a América do Sul. Se agora é o colombiano Luis Suárez quem já comemorou por 14 vezes, na época que culminou quase em simultâneo com a Revolução dos Cravos, era o argentino Yazalde a estrela-maior da constelação leonina, mas com números bem mais gordos: 27 golos apontados. Os tempos eram outros, as facilidades concedidas aos adversários também e, por exemplo, só ao Montijo, numa goleada por 8-0, marcou seis golos. É obra, mas também é preciso dizer que terminou a época com 46 golos apontados e a Bota de Ouro europeia no bornal.