Klopp revela ter recusado treinar o Manchester United e relembra Ronaldo e Mourinho
Jurgen Klopp revelou que recusou a oportunidade de suceder a Sir Alex Ferguson no Manchester United em 2013, explicando que o projeto do clube não se enquadrava na sua visão de futebol. Em entrevista ao podcast «Diary of a CEO», de Steven Bartlett, o antigo treinador do Liverpool recordou a proposta que recebeu enquanto orientava o Borussia Dortmund, uma das fases mais brilhantes da sua carreira.
«No ano em que Sir Alex se reformou, eles falaram comigo. Claro que houve interesse. Na altura eu era jovem e tinha uma equipa sensacional no Dortmund», contou Klopp.
Apesar da curiosidade inicial, o técnico alemão rapidamente percebeu que o plano apresentado pelo United não correspondia ao tipo de projeto que o motivava. «Houve algumas coisas nas conversas de que não gostei. A ideia era demasiado grandiosa: ‘Vamos contratar todos os jogadores que quisermos’. E eu pensei, isso não é o meu projeto. Era o momento errado e, além disso, não era o meu caminho», acrescentou.
Klopp sublinhou ainda que não teria apoiado o regresso de estrelas como Pogba ou Cristiano Ronaldo, operações que o United viria a concretizar mais tarde. «O Pogba era um jogador incrível, mas estas coisas raramente funcionam. O mesmo com o Cristiano, todos sabemos que é um dos melhores de sempre, ao nível de Messi, mas trazê-los de volta nunca ajuda.»
Desde a saída de Ferguson, o Manchester United tem lutado para reencontrar a estabilidade, passando por treinadores como David Moyes, Louis van Gaal e José Mourinho, com sucessos apenas pontuais. Klopp, por sua vez, iniciou em 2015 uma era dourada no Liverpool, conquistando a Liga dos Campeões em 2019 e o primeiro título de campeão inglês do clube em 30 anos, em 2020.
«O United tentou abordar-me, mas era o momento errado», acrescentou o treinador. «Eu tinha contrato com o Dortmund e não sairia por ninguém.»
O técnico alemão também refletiu sobre o rumo do Manchester United após Ferguson, apontando a pressa em obter resultados imediatos como um erro recorrente. «No United, queriam resolver tudo num ou dois anos. Quando não estavam felizes, compravam tempo. O futebol não funciona assim.»
Klopp lembrou ainda o despedimento de José Mourinho em 2018, mesmo depois de o português ter levado o United ao segundo lugar da Premier League. «O José terminou em segundo, lembrem-se disso. Na altura, isso não era suficiente, e agora nem sequer estão perto. É uma história típica do futebol: ganhas e és o maior, perdes e parece que não sabes nada.»
O antigo técnico do Liverpool encerrou a conversa recordando a proposta que o convenceu verdadeiramente: a do Liverpool. «Tive uma conversa sensacional com Mike Gordon, do Fenway Sports Group. Foi decisiva. Depois disso, soube que aquele era o projeto certo. E, sinceramente, queria ser amigo dele. É uma pessoa fantástica.»
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