Jonas Vingegaard: «Fazer o Mundial teria sido um desastre»
Jonas Vingegaard deu a explicação mais aberta até agora sobre o difícil final da sua temporada. O dinamarquês admitiu que chegou ao Europeu, em França, tão desgastado fisicamente que sente até algum alívio por ter abdicado do Mundial no Ruanda.
Em conversa com a Feltet, Vingegaard descreveu a fraca participação no Europeu como um verdadeiro sinal de alerta - quase um balde de água fria necessário.
O vencedor da Volta a França em 2022 e 2023 era esperado no Mundial de fundo, mas acabou por desistir à última hora. E, a avaliar pelo que mostrou no Europeu, havia uma razão evidente: simplesmente não tinha energia.
«Os Europeus correm-me mal, mas estou satisfeito por não ter ido ao Mundial, porque teria sido ainda pior, teria sido um desastre», afirmou o corredor dinamarquês em recente entrevista ao jornal do seu país, Feltet. «Nem sequer achava possível viajar para África. Tinha feito o Tour e a Vuelta e, sinceramente, estou contente por não ter ido. Teria sido uma perda de tempo para mim e para todos», disse o ciclista da Visma-Lease a Bike.
Vingegaard tem sido claro sobre o impacto que a vitória na Vuelta a Espanha teve no seu corpo, deixando-o incapaz de treinar nas semanas decisivas antes do Mundial. «Não consegui treinar durante duas semanas porque estava mesmo demasiado cansado. Por altura do Mundial, fiz o meu primeiro treino. Não era falta de vontade, simplesmente não dava», explicou.
Apesar de alguns treinos animadores antes do Europeu, a forma física não estava onde precisava de estar. «Claro que esperávamos que fizesse melhor. A preparação até correu bem e isso deu-nos alguma esperança, mas não resultou», reconheceu.
Ainda assim, o dinamarquês acredita que essa exibição mais fraca serviu um propósito importante: pôr fim à ideia de que evita a seleção por opção. «Claro que queria ter feito melhor. Mas estive lá, participei, e nisso estou satisfeito. Isto também mostra porque é que desisti noutras ocasiões: é porque estou esgotado e não tenho mais nada para dar», explicou. «Espero que, em vez de dizerem que eu não me importo com a seleção, percebam agora que há um motivo», reforçou.
Longe de se deixar desmotivar, Vingegaard garante que quer voltar a vestir as cores da Dinamarca - mas não nas mesmas condições. «Se fosse ao Europeu ou ao Mundial, não o faria depois de correr Tour e Vuelta. Gostava de me preparar como deve ser.»
O nórdico não descarta a participação no Mundial de 2026, em Montreal. «Gostaria mesmo de o fazer no próximo ano, mas depende de como correr o resto da temporada.»