Destino Aventura é a rubrica em que A BOLA dá a conhecer os jogadores espalhados pelos cantos mais remotos do mundo

Jogou com Rui Borges no Mirandela: «Nunca o ouvi dizer que queria ser treinador»

Pedro Machado, a jogar no Koweit, foi colega de equipa de Rui Borges no Mirandela. Defesa-central elogiou o atual treinador do Sporting, mas confessou que, na altura, não via nele um futuro treinador

Destino Aventura é a rubrica em que A BOLA dá a conhecer os jogadores espalhados pelos cantos mais remotos do mundo. Pedro Machado, defesa-central do Al Tadhamon (Koweit), recorda a passagem pelo Mirandela, em 2015/2016, onde foi colega de equipa de Rui Borges, atual treinador do Sporting.

— Jogaste com Rui Borges no Mirandela. Vias nele um futuro treinador? 

— Era o nosso capitão, na altura. Se via ali um futuro treinador, sinceramente nunca pensei muito nisso, nem nunca imaginei, naquela altura, que fosse estar no nível que está hoje. Não é que não entendesse do jogo ou o que seja, simplesmente nunca o ouvi dizer que queria ser treinador. Era alguém que aconselhava muito os mais jovens. Gostava de dar uma palavra aos mais novos e aos jogadores que ele sentia que tinham mais qualidade, com algumas dicas. Ele já era uma referência no clube e naquele balneário, sempre foi muito tranquilo, companheiro de todos nós. Gostava dos convívios entre a malta, na palhaçada, contar umas histórias, jogar umas cartas. Nunca imaginei que fosse ter o sucesso que tem hoje em dia. Fico contente. Comecei a acreditar quando começou a trabalhar como treinador. Nos primeiros tempos não acompanhava tanto. Penso que começou no Mirandela, depois pelo Académico de Viseu. Daí para a frente comecei a acompanhar e a sentir que estava ali alguma coisa diferente. Sentia-se que as equipas dele tinham ali algo diferente, o grupo tinha uma crença, uma alma diferente das outras. Fez sempre bons trabalhos por onde passou e que lhe permite estar hoje onde está, Deus queira para palcos maiores ainda. 

— Rui Borges chegou a Alvalade numa altura difícil, depois de João Pereira suceder a Ruben Amorim. Vias capacidade em Rui Borges para colocar o Sporting outra vez na senda das vitórias? 

— A minha mulher é adepta do Sporting e cheguei-lhe a dizer várias vezes que, para mim, era o treinador ideal para o Sporting, por tudo aquilo que estava a fazer no Vitória de Guimarães, por achar que podia dar seguimento àquilo que era a união de balneário que Ruben Amorim tinha construído. Sentia que era alguém que podia alavancar tudo isso. Graças a Deus, mais alguém viu isso e deu-lhe essa oportunidade. Rui Borges correspondeu, foi campeão e isso fala por si.