Jogador do PSG quebra o silêncio após polémica: «Quiseram fazer de mim um fascista»
Acusado nas redes sociais de partilhar ideais de extrema-direita, o guarda-redes do PSG, Lucas Chevalier, veio a público dar explicações no domingo à noite, dia em que o PSG vencia o Lyon por 3-2, na 12.ª jornada da Ligue 1.
O jovem de 22 anos alega que o «gosto» em questão, colocado numa publicação política do deputado Julien Aubert, do Partido Republicano, Radical e Radical-Socialista francês, foi «acidental». Publicação na qual este afirmava que votaria na União Nacional (Rassemblement National) caso esta enfrentasse a Nova Frente Popular.
Numa mensagem publicada no Instagram, o guardião dos parisienses afirmou que o ocorrido foi um mero acidente e denunciou a «deriva» das redes sociais e as «reações desproporcionais» do acontecido.
A mensagem do político eleito pela Provença, partilhada no X e no Instagram, inseria-se no debate aberto na direita sobre as alianças políticas tendo em vista as próximas eleições legislativas.
Esta interação desencadeou rapidamente uma onda de reações. Alguns utilizadores, por vezes com comentários racistas, acusaram o guarda-redes de afinidades ideológicas com a extrema-direita, chamando-lhe «gwer» (termo depreciativo para uma pessoa branca). Perante a crescente controvérsia, Chevalier sentiu-se obrigado a clarificar a sua posição numa publicação do Instagram, feita já de madrugada.
«O mundo em que vivemos tem uma tendência para se descontrolar», escreveu Lucas Chevalier numa longa mensagem publicada pouco depois da meia-noite, afirmando ter tomado conhecimento da polémica «ao acordar da sesta para preparar o jogo».
«Pude ver o que foi dito sobre mim na noite anterior, sobre o facto de ter gostado de uma publicação no Instagram com uma orientação política que, obviamente, não partilho», detalhou.
Chevalier sublinhou a natureza involuntária da sua ação: «É desolador saber que, ao fazer 'scroll' e deixar um 'gosto' sem querer, a tua imagem é completamente destruída por uma ação acidental. Irrita-me profundamente».
O jogador, formado no LOSC, afirma não querer «convencer» ninguém, mas lamenta a violência das reações: «Não estou aqui para exibir a minha educação ou as minhas opiniões políticas, porque sou, antes de mais, um futebolista. Mas é certo que quem me conhece sabe perfeitamente os valores e o respeito que os meus pais e a minha família me incutiram, e que eu nunca me permitiria pensar tais coisas».
No resto da sua mensagem, o guarda-redes internacional não escondeu a sua amargura: «O mal está feito e a verdade sobre mim foi revelada. Tentaram retratar-me como um fascista, e não é a mim que estão a visar, mas toda a minha família. Nunca me farei de vítima, mas a linha foi ultrapassada, e por muito».
O caso transcendeu a esfera desportiva para entrar no debate público. No X, o antigo presidente do partido Os Republicanos, Éric Ciotti, agora à frente da União da Direita pela República e próximo de Marine Le Pen, saiu em defesa de Chevalier. Ciotti considera que o guarda-redes é «vítima de insultos racistas por ter gostado de uma publicação que apelava ao voto na União Nacional contra a França Insubmissa».