Iñaki e Nico Williams no Athletic Bilbao (IMAGO)
Iñaki e Nico Williams no Athletic Bilbao (Foto: IMAGO) - Foto: IMAGO

Inãki Williams e o irmão Nico: «Vandalizaram um mural, partiram um vidro do carro...»

No dia em que se tornou no primeiro capitão negro da história do Athletic, jogador não esqueceu verão tenso com possível transferência do internacional espanhol para o Barcelona

Iñaki Williams tornou-se no primeiro capitão negro da história do Athletic Bilbao e na primeira conferência de Imprensa como detentor da braçadeira não escondeu o orgulho por ter alcançado esse objetivo. No entanto, não foi apenas esse o tema a centrar atenções, tendo dedicado algum tempo a falar sobre o difícil período do irmão, Nico Williams, no mercado de verão, que terminou com a renovação com os bascos.

«A nível familiar, foi um pouco complicado porque falava-se muito do meu irmão e muito do que foi dito sobre o Nico é mentira. A única coisa que ele fez foi permanecer em silêncio. Todos têm o direito de pensar e refletir sobre seu futuro. Em muitos momentos durante o verão, as pessoas não foram justas com o meu irmão. Quando alguém vai a um restaurante e veem a carta, às vezes demoram minutos a escolher. A decisão do meu irmão não era fácil», observou.

«A maturidade de Nico tem sido incrível, com um leque bem alargado, ele apostou no Athletic, que é um clube que está a dar passos de gigante, e temos uma das melhores equipas nestes 12 anos em que estou na equipa principal», sublinhou.

«O Nico pôde escolher porque teve muitas ofertas e foram muitas as equipas que concorreram por ele, pois ele é um jogador do mais alto nível e tinha uma cláusula que podia ser fácil de bater. Era um doce para as grandes equipas. Não foi fácil porque todo o barulho externo podia fazê-lo duvidar, mas ele tomou a melhor decisão», prosseguiu.

E acrescentou: «O meu irmão tinha a decisão bastante clara, mas tinha de se redigir um contrato de longa duração. Aconteceram coisas que criaram muita confusão, como vandalizar o mural, partir uma janela do carro... Ele decidiu com o coração e a ambição. Decidiu estar connosco e deixar seu legado aqui, assim como Julen Guerrero fez na sua altura, e ser uma referência por querer fazer aqui o seu caminho.»

Quanto ao facto de ser o primeiro negro a envergar a braçadeira de capitão, mostrou orgulho. «Significa muito. Parece coincidência quando minha mãe e meu pai deram à luz em Bilbau... mas é o destino. Temos a sorte de representar muitas pessoas que vêm de fora para o seu ganha-pão e ser uma referência, tanto no País Basco como em Espanha, é importante. Somos pessoas de uma família humilde e expor isso é bom para todos. A extrema-direita está na moda e nós que temos voz tentaremos calar bocas e derrubar barreiras», disse.

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