Inácio numa maré de poucas mudanças e algum receio
Gonçalo Inácio foi substituído ao intervalo do encontro com a Irlanda com um traumatismo nos gémeos e ficou em dúvida para a partida decisiva diante da Hungria amanhã, 72 horas depois. Não treinou ontem, mas, ao que A BOLA apurou, a lesão não será impeditiva para o central do Sporting dar o seu contributo à equipa. No entanto, os cuidados que a situação naturalmente inspira, somados a novos duelos físicos em perspetiva e a mais uma boa resposta de Renato Veiga na segunda parte com os magiares podem levar Martínez à conclusão de que poderá mexer na defesa sem grande quebra de rendimento. Será até mais provável, nesta altura, que Inácio veja a partida no banco de suplentes.
A exibição coletiva, apesar dos elogios à «atitude, à resiliência e aos valores» apresentados pelos jogadores, poderá entretanto ter deixado alguns pequenos quebra-cabeças para o técnico resolver antes do jogo. É esperada, mais uma vez, uma estratégia defensiva do lado dos húngaros, embora com um 11 com bem maior capacidade individual para ferir Portugal. Com a preocupação que deixou pública com o equilíbrio defensivo diante dos irlandeses, o selecionador procurará certamente ter uma âncora no meio-campo, restando saber se tal passará pela permanência de um Rúben Neves em estado de graça ou pela entrada de Palhinha.
FIGURAS A DESILUDIR
Martínez é um gestor de egos e nunca cria roturas, mesmo que a hierarquia esteja a colocar problemas à equipa. Diante dos irlandeses, Bruno Fernandes, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo, que começaram de início, tiveram exibições apagadas, e o mesmo se pode dizer do suplente utilizado Rafael Leão — outro dos ausentes da sessão de ontem na Cidade do Futebol por mera gestão física, acabaria por ser dispensado ao final do dia —, sem espaço para embalar como gosta. Já Trincão, Semedo e Veiga mexeram com a partida, e Gonçalo Ramos não teve tempo para grande coisa.
Normalmente, depois de nova prestação abaixo das expetativas, pelo menos Bruno Fernandes poderia estar em causa, ainda mais quando João Félix caminha para a aptidão. Só que Martínez foi o homem que aguentou Eden Hazard até ao limite dos limites no Mundial do Qatar e, como tal, nem isso é dado adquirido. Ser-lhe-á bem mais fácil mudar qualquer que não um desses três. Como Dalot por Semedo, por exemplo.