Lucas Paquetá
Lucas Paquetá

«Ia assinar pelo Man. City na semana em que recebi uma carta da federação»

Em entrevista ao Globoesporte, Lucas Paquetá falou sobre a longa investigação de que foi alvo, por alegadas apostas desportivas, e revelou que esteve perto do City e do Flamengo

Lucas Paquetá falou pela primeira vez a fundo da investigação de que foi alvo por parte da Federação Inglesa de Futebol (FA), por alegado envolvimento em apostas desportivas ilegais.

O médio do West Ham, de Nuno Espírito Santo, acabou absolvido das acusações, mas foi punido pela Comissão Reguladora Independente da FA por não colaborar com a investigação.

Ao Globoesporte, o internacional brasileiro reconheceu que os dois últimos anos não foram fáceis e confirmou que esteve na iminência de assinar pelo Manchester City antes de o caso se desenvolver.

«Sem dúvida alguma, foi um momento muito difícil, não só para mim, mas para a minha família. Eu e a minha esposa passámos por dois anos longos, dolorosos, mas com um final feliz. O mais importante foi ter entendido o porquê de tudo isto», afirmou.

«Isto fortaleceu também o nosso casamento, a nossa história como família. Fico feliz por ter terminado da maneira que terminou. Lutei muito contra isto e é muito difícil não poder falar, ouvir várias narrativas e não poder contar o seu lado da história», acrescentou, ele que promete no futuro vir a dar mais detalhes da história.

Depois, Paquetá falou sobre as neogicações com o Manchester City: «Toda a gente sabe que eu tinha uma transferência para o City acertada. Provavelmente, assinaria na semana em que recebi a carta [da Federação Inglesa]. Profissionalmente, perdi essa transferência, a oportunidade de dar um salto na minha carreira», contou.

O médio de 28 anos contou que teve acompanhamento psicológico ao longo do processo: «Foi onde fui mais afetado, pelo medo desta indecisão, a incerteza do meu futuro, apesar de saber quem sou e o que fiz. Devido às circunstâncias da investigação e à forma como a federação conduziu tudo, isso gerava medo. Estou feliz, muito mais leve. Esse medo ficou para trás. Pude comprovar a minha inocência e vencer este caso.»

«Vejo isto como uma vitória completa. Não tive uma punição real, nem de tempo nem financeira. Foi uma vitória completa e fiquei muito feliz com o trabalho dos meus advogados. Agora é desfrutar deste momento, poder voltar a jogar um pouco mais leve, sem este peso», confessou.

Além do Manchester City, Paquetá revelou que também esteve perto de regressar ao Flamengo em duas ocasiões durante o período em que esteve a ser investigado.

«Assim que fui acusado, o Marcos Braz [antigo dirigente do Flamengo] foi a minha casa, fez a proposta, perguntou o que eu pensava. Eu quero sempre voltar para o Flamengo, mas naquele momento ainda estava hesitant. Não podia ser ingrato com o clube [West Ham] que me estava a apoiar muito. Eles ajudaram-me em diversas situações, então não podia forçar uma saída de um lugar onde estava a ser acolhido e respeitado.»

«O segundo momento foi quando senti mais vontade ainda de voltar. Tive algumas conversas com o Filipe Luís [treinador], que é um amigo. Realmente demonstrei esse desejo. É uma decisão difícil, porque tenho 28 anos e muito mercado aqui fora. Tentei muito, mas mais uma vez optei por respeitar o meu clube. Entendi que não era o momento, mas sei que as portas estarão sempre abertas», concluiu.