FC Porto chega mais fresco que o Benfica ao clássico

O adiamento do Arouca-FC Porto para a passada segunda-feira — estava inicialmente previsto para domingo — causou revolta nos dragões, e atrapalhou os microciclos de trabalho, condensando os últimos três jogos desta fase pós-seleções em apenas sete dias, com dois de intervalo entre cada um.

No entanto, talvez tenha sido pelo melhor. A forma como a equipa de Farioli conseguiu gerir a segunda parte em Arouca, com menos um jogador em campo, depois da expulsão de Martim Fernandes aos 48 minutos, teria sido provavelmente bem mais complicada se o encontro se tivesse disputado no domingo, apenas 48 horas depois do duelo de Salzburgo para a Liga Europa.

Adicionalmente, a revolução que o treinador operou no onze para a receção ao Estrela Vermelha, na quinta-feira, permitiu que a maior parte dos presumíveis titulares no clássico (o onze de Arouca, mas com Alberto no lugar do castigado Martim Fernandes) descansassem — só Diogo Costa jogou os 90 minutos, Bednarek, Alberto e Froholdt fizeram 45', Pepê, Borja Sainz e Gabri Veiga menos de meia hora e os outros nem jogaram.

A verdade é que o FC Porto chega ao clássico deste domingo consideravelmente mais fresco que o Benfica — se não necessariamente esta semana, pelo menos esta época, ou este ciclo.

Depois da paragem para as seleções, no início de setembro, as águias fizeram seis jogos, os dragões cinco. Neste ciclo, os jogadores de campo do FC Porto com mais minutos (405’) são Froholdt e Bednarek — o Benfica tem nove com mais, do onze que jogou com o Chelsea só Lukebakio, que voltou de lesão a meio do mês, não chega à fasquia dos 420’.

E contabilizando toda a época, a diferença é ainda mais gritante, por causa dos cinco jogos a mais das — a Supertaça e quatro nas pré-eliminatórias da Champions. Nas águias, juntando ainda partidas por outras equipas (como Sudakov, que fez dez pelo Shakhtar) e pelas seleções, dez jogadores já passaram os 1000 minutos — o recorde de 1380 pertence a Otamendi, de 37 anos. No FC Porto ainda ninguém lá chegou, e só três passaram os 700’.

EQUILÍBRIO RECENTE — Nos 91 duelos FC Porto-Benfica para o campeonato, a vantagem pertence claramente aos dragões, com 53 vitórias contra 16 das águias — houve ainda 22 empates. Mas nos últimos anos tem imperado o equilíbrio: desde a época 2014/15, houve quatro vitórias do FC Porto, quatro do Benfica e três empates. Na época passada, os encarnados golearam por 4-1 — apenas a segunda vez no campeonato em que ganharam por três golos ou mais, depois de um 3-0 em 1974/75. Na anterior, 2023/24, com um 5-0, os azuis e brancos tinham igualado a maior vitória de sempre — também 5-0 em 2010/2011.

A MARCAR HÁ 27 JOGOS — Há mais de ano e meio que o FC Porto não fica em branco, em casa, em jogos da Liga — a última vez em que aconteceu foi com o Rio Ave, num 0-0 a 3 de fevereiro de 2024. Depois disso, o dragão entrou numa sequência de 27 jogos sempre a marcar. E nos últimos 23 só perdeu por uma vez: precisamente no referido 1-4 com o Benfica da época passada.

SEM PERDER HÁ 22 JOGOS — O Benfica chega ao Dragão sem derrotas na Liga esta época (tal como o FC Porto), mas a sequência já vem da temporada passada, e vai em 22 jogos (a dos dragões está apenas em dez). A última derrota aconteceu a 25 de janeiro deste ano, em visita ao Casa Pia (1-3). Seguiram-se 17 vitórias e cinco empates, dois deles já esta temporada.

MELHOR EM CASA, MELHOR FORA — O FC Porto ainda não sofreu golos no Dragão, na Liga, esta temporada — tem três vitórias, oito golos marcados e nenhum sofrido. É a única equipa na prova nessas condições; o Moreirense também só tem vitórias em casa (quatro), mas já sofreu três golos. Tirando a dos dragões, as melhores defesas no domicílio, com dois golos sofridos, são as de Sporting, Gil Vicente e Famalicão. Mas atenção, o Benfica tem sido melhor fora de casa do que na Luz — se perante os seus adeptos já deixou fugir pontos em duas ocasiões, como visitante faz o pleno, com três vitórias. E só sofreu um golo, tal como FC Porto, Famalicão e Estrela da Amadora.