FC Porto: as chaves e o retorno imediato de Rodrigo Mora como 'falso 9'
Foi a 17 de agosto, no lançamento da visita do FC Porto ao reduto do Gil Vicente, que Francesco Farioli deixou os adeptos azuis e brancos com água na boca. «Pela qualidade e pelo entendimento que tem do jogo, o Rodrigo [Mora] pode cumprir diferentes posições. Pode ser o médio mais ofensivo, mas também pode ser usado como extremo e ainda noutra posição, que não vou dizer qual é», afirmou o treinador dos dragões, em conferência de Imprensa.
Cerca de mês e meio depois, o segredo foi revelado: a terceira posição de Mora é a de 'falso 9', como foi possível verificar na quinta-feira, na vitória suada dos dragões sobre o Estrela Vermelha (2-1).
Rodrigo Mora só teve de encostar para garantir os três pontos para os dragões 🐉#sporttvportugal #EUROPAnaSPORTTV #UefaEuropaLeague #FCPorto #EstrelaVermelha #ConfiaBetano #BetanoUEL pic.twitter.com/KgAG1IOBJn
— sport tv (@sporttvportugal) October 2, 2025
E o primeiro vislumbre da pérola portista nesse novo papel dificilmente podia ter sido mais prometedor, até porque rendeu dividendos ao FC Porto: servido por Pepê, aos 90', Mora apareceu na grande área do adversário a finalizar aquele que seria o golo do triunfo azul e branco.
Para Farioli, tratou-se de uma espécie de dois em um. A aposta em Rodrigo como peça central do trio atacante resultou na conquista de três pontos importantes para a contabilidade europeia e, em simultâneo, permitiu que Samu fosse poupado a três dias do clássico com o Benfica. O ponta de lança espanhol, recorde-se, tinha sido substituído em Arouca devido a queixas no joelho direito. Quando Deniz Gul saiu na partida de anteontem, ao minuto 72, o camisola 86 subiu no terreno e deu boa conta do recado.
As palavras proferidas pelo técnico italiano em agosto já deixavam transparecer a ideia de que, algures no tempo, seria possível ver Mora em zonas adiantadas e, ao que A BOLA apurou, o conceito nasceu assim que o homem do leme portista radiografou as caraterísticas inatas do internacional sub-21. Farioli, adepto de um estilo de jogo que envolva o ponta de lança na organização ofensiva — missão pedida a Samu, Luuk de Jong e Deniz Gul — considera que o camisola 86 detém as capacidades necesárias para, muitas vezes, jogar de costas para a baliza, reter a posse de bola e combinar com os companheiros no último terço.
Uma variação que, aos olhos do treinador, não requer tanto trabalho quanto seria de supor, atendendo à predisposição natural de Rodrigo Mora para vagabundear na frente de ataque. E assim, o FC Porto ganha um trunfo inesperado no ataque, que, a julgar pela amostra, pode voltar a dar alegrias no futuro...