FC Porto: a mística para transformar o infortúnio em conquistas
O Estádio do Dragão acolhe hoje, pelas 20h45, um jogo com uma carga de simbolismo enorme, em face da morte súbita de Jorge Costa, eterno capitão e número 2 do FC Porto, que não resistiu na passada semana a uma paragem cardiorrespiratória sofrida em pleno Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival.
O universo azul e branco está de luto fresco por perder um dos seus entes mais queridos, um homem que dentro do relvado era a imagem de um guerreiro, mas fora das quatro linhas uma pessoa dócil, de trato humano acima da média e cuja partida prematura deixou o mundo de futebol em verdadeiro choque.
A consternação no seio das hostes azuis e brancos ainda é grande com o desaparecimento de alguém que era a imagem do portismo na sua essência, uma pessoa que regressou ao clube pela mão de André Villas-Boas e que estava todo entusiasmado e esperançado no regresso do clube aos êxitos desportivos esta temporada, aliás como fez questão de sublinhar momentos antes em entrevista à SportTV instantes antes de sucumbir no Olival.
Os adeptos do FC Porto querem fazer do jogo com um V. Guimarães mais uma homenagem ao seu eterno capitão e esperam que a equipa corresponda dentro de campo a essa exigência, com os jogadores a terem o seu corpo dentro das quatro linhas, mas a mente, sempre, mas sempre, em Jorge Costa e no que ele representava para a nação portista.
Apesar de ser um dia da semana e o apito inicial de António Nobre estar agendado para as 20h45, o universo azul e branco vai ter uma presença maciça no Estádio do Dragão, que já tem lotação esgotada para a estreia da equipa de Francesco Farioli na versão 2025/2026 da Liga portuguesa.
Os dragões terão assim o 12.º jogador nas bancadas do anfiteatro, num jogo de exigência máxima frente a um adversário que parte para a nova época com aspirações legítimas de chegar às competições europeias e que em 2024/2025 empatou na casa azul e branca.
Minuto de silêncio e minuto 2
A Liga Portugal decretou um minuto de silêncio em memória de Jorge Costa em todos os encontros organizados por aquele organismo, pelo que antes do começo da partida haverá lugar a um momento de uma carga emocional bastante acentuada para os adeptos e para André Villas-Boas, que durante as exéquias fúnebres do malogrado ex-jogador e diretor do futebol profissional não abandonou a família de Jorge Costa, em especial a mãe, os três filhos e a mulher.
O minuto 2, o número que sempre envergou com grande vaidade ao serviço do seu clube de coração, também será certamente marcado por uma homenagem com palmas no Estádio do Dragão, que se veste de gala esta noite para homenagear o seu ídolo, que o deixou de uma forma trágica e inesperada.
A equipa de Francesco Farioli tem a incumbência de dar uma resposta cabal no relvado e somar os três primeiros pontos na longa maratona que será o campeonato nacional. Os jogadores, staff técnico e médica ficaram bastante abalados com a morte de um dos seus, um elemento que pugnou sempre pela união do grupo de trabalho e que mantinha uma excelente relação com todos, procurando diariamente no Olival passar os valores e o ADN FC Porto que aprendeu a representar na sua juventude.
Os psicólogos da equipa principal, Luís André e Vera Ramalho, tentaram a todo o transe nos últimos dias desanuviar o ambiente pesado em face do luto existente e o grupo de trabalho também mereceu uma conversa privada de Francesco Farioli e do próprio André Villas-Boas. A palavra ganhar ganha assim outra dimensão, agora em memória de quem partiu. Ganhar em nome de Jorge Costa!