Farioli (Foto: Catarina Morais/Kapta+)

Farioli: «Substituições? Estava a pensar em acabar o jogo com 11 jogadores»

Treinador reagiu à vitória azul e branca (4-0) sobre o Casa Pia e falou dos cartões amarelos que condicionaram as mudanças na equipa

Francesco Farioli analisou o triunfo do FC Porto frente ao Casa Pia, na sala de imprensa do Dragão, este domingo.

Análise à exibição

«A primeira parte foi muito boa, com bola e com um bom ritmo. Tivemos boas dinâmicas e combinações, a paciência certa e agressividade. Sem bola fizemos um grande jogo, com vontade de recuperar a bola alto. Na segunda parte, perdemos um pouco a estrutura, não criámos tanto como podíamos. Temos muitas coisas para melhorar, mas é um resultado importante.»

Substituições a pensar no Sporting?

«Fiz as substituições a pensar em acabar o jogo com 11 jogadores. Quando estamos a ganhar 3-0 em casa, com 20 remates, e temos 3 amarelos só na primeira parte, é uma situação peculiar. Estava preocupado com a possibilidade de termos um cartão vermelho, por isso fiz as alterações.»

Pressão individual - riscos e benefícios

«Acho que, em todas as formas de jogar futebol, tudo é uma questão de gosto. Todas têm riscos e benefícios, não há uma melhor do que outra. Pode-se ganhar de várias formas. O que gosto, e desde que comecei a ser treinador, é de ter uma equipa agressiva e camaleónica: quando há espaço recuamos alguns metros, quando está tudo bem tentamos ser agressivos, ir para o duelo e ser corajosos. Jogar com esse espírito. Os golos vieram da combinação entre defesa e ataque. É o pacote completo. A condição física é crucial: antes de serem jogadores, têm de ser grandes atletas. É clara a direção que o futebol moderno está a tomar e precisamos de uma enorme capacidade física e também da intensidade certa para expressar um certo tipo de jogo.»

De Jong cria espaço

«Hoje fez uma exibição fantástica em vários aspetos. Com bola ajudou-nos a criar condições para combinações. Defensivamente esteve muito bem durante 90 minutos. Um exemplo marcante foi quando, já a ganhar 4-0, aos 34 anos, fez um sprint para recuperar uma bola. Um jogador desta idade, com 7 ou 8 títulos, é um grande exemplo e deu uma enorme lição aos mais jovens.»

Alberto Costa e Zaidu

«Ambos estão bem. O Alberto teve uma cãibra e o Zaidu foi uma decisão de dar minutos ao Francisco [Moura].»

William Gomes

«Penso o mesmo do William que pensava ontem. É um jogador que, nos amigáveis, teve sempre impacto fantástico. Hoje provou que pode também ser titular. Acho que não sou o único que adora a sua intensidade e espírito. Quando pressiona, todo o Dragão fica em êxtase. Se queremos fazer algo importante aqui, ele e o De Jong são grandes exemplos.»

Aspetos a melhorar

«Diria manter o nível durante mais tempo. Na segunda parte, houve algum descontrolo, começámos a perder a estrutura e os padrões a que estamos habituados, e isso cria um efeito dominó. Há coisas a melhorar: a forma como jogamos é muito exigente física e mentalmente, os jogadores estão muito expostos a duelos constantemente. É normal haver momentos de menor concentração. No geral, estou muito satisfeito com a equipa, sobretudo pelo que fazem durante a semana.»

Critério do árbitro

«Gostava de evitar falar de árbitros, mas hoje estava preocupado com a dinâmica. Quando isto afeta as decisões que tomamos no jogo, também pensamos no próximo. Já teríamos alguém suspenso ao sexto ou sétimo jogo e penso que não é algo que mereçamos.»