Estudo de Mayer conclui que Benfica gastou mais €119 M em salários do que o Sporting
Martim Mayer, candidato à presidência do Benfica, reuniu um grupo de especialistas em treino desportivo, scouting e formação, para a realização de uma análise a toda a estrutura do futebol dos encarnados, nos últimos meses. O estudo teve como objetivo recolher uma base de dados para o diretor-geral escolhido pelo candidato, Andries Jonker.
O principal ponto positivo a favor da estrutura atual dos encarnados assenta numa «formação de topo, ADN competitivo com bola e capacidade consistente de valorização de ativos». O estatuto destaca a capacidade de captação e valorização de talento, o nível técnico dos jogadores encarnados e a «maturidade competitiva» do corpo técnico dos escalões jovens encarnados.
O histórico de vendas por quantias elevadas de produtos da formação encarnada é destacado como o exemplo de uma «reputação externa de fábrica de talentos prontos para contextos top» que potencia a notabilidade da Marca Benfica, trunfo importante para a captação de talento e exposição mediática.
Aproveitamento desportivo preocupa
Apesar da análise positiva do modelo de captação, desenvolvimento e valorização financeira de talento, a «composição, gestão e retenção de talentos» na equipa principal preocupam. O estudo pedido por Martim Mayer destaca o tempo de jogo diminuto dos jovens das águias nos seniores, quer por falta de «minutos significativos», quer pela transição das jóias da coroa encarnada para outros voos, ao fim de, no máximo dois anos.
Os dados demosntram que «os jogadores que mais valorizam são rapidamente vendidos, mesmo comparando com o mesmo fenómeno nos seus concorrentes». A equipa de Martim Mayer destaca que, nos últimos seis anos, jogadores do Benfica avaliados em mais de €10M disputaram em média menos 37 partidas do que os atletas do Sporting.
O estudo concluiu que o Benfica teve menor capacidade de retenção de talentos do que os leões, mas investiu na compra de mais atletas por uma verba superior a €6M. As «contratações redundantes em posições já cobertas pela formação» são amplamente criticadas, tanto pela forma como travam a ascensão de produtos da formação, mas também pelo prejuízo acumulado.
Os especialistas consultados pela candidatura de Martim Mayer concluíram que 56% dos jogadores contratados por uma verba superior a €6M desde 2019 deram prejuízos, percentagem largamente superior em relação aos leões (29%). Em conformidade, as diferenças de investimento entre rivais de Lisboa também se traduziram na massa salarial: «Desde 2020, o Benfica gastou mais 119 milhões de euros em salários do que o Sporting.»
Os especialistas destacaram ainda a perda de fulgor do Benfica nos últimos quatro anos, após um «domínio económico, detalento e de resultados», na década anterior. Face aos resultados obtidos, a melhoria do modelo dos encarnados assenta, segundo o estudo, por uma articulação mais eficaz entre o futebol de formação e os escalões séniores para «maximizar a rentabilização dos melhores jogadores jovens».