Eleições em suspenso: candidata à presidência da FIA faz queixa em tribunal
Candidata à presidência da Federação Internacional de Automóvel (FIA) Laura Villars iniciou uma ação judicial contra o organismo, para contestar o seu processo eleitoral.
Villars anunciou em setembro a intenção de candidatar-se ao cargo e tornou-se assim a primeira mulher a concorrer para presidente da FIA. No entanto, uma mudança no regulamento eleitoral impede a participação de outros candidatos, com exceção do incumbente Mohamed Ben Sulayem.
A citação judicial solicita a um tribunal de Paris que «ordene a suspensão da eleição presidencial da FIA, prevista para 12 de dezembro, até que seja proferida uma decisão» sobre o litígio. Está marcada uma audiência em tribunal para o próximo dia 10 de novembro.
Segundo a alteração feita em junho, o regulamento eleitoral exige que os candidatos apresentem uma lista de sete vice-presidentes das seis regiões do Mundo, a partir de uma lista aprovada pela própria FIA.
No entanto, apenas um nome da América do Sul aparece referenciado nessa lista: Fabiana Ecclestone, esposa de Bernie Ecclestone, que já está na lista de Ben Sulayem. Ora, isso impede que qualquer outra pessoa se candidate.
«Este procedimento visa garantir que a próxima eleição presidencial da FIA, atualmente marcada para 12 de dezembro de 2025, cumpra os próprios estatutos da organização e os princípios democráticos fundamentais», afirmou Villars, citada pela BBC.
«Este passo não é hostil nem político – é uma iniciativa responsável e construtiva para salvaguardar a transparência, a ética e o pluralismo na governação do desporto motorizado global. Como já afirmei publicamente, não estou a agir contra a FIA. Estou a agir para a proteger. A democracia não é uma ameaça para a FIA, é a sua força», acrescentou.
Laura Villaers revelou que vai comparecer numa reunião, promovida pelo tribunal, com a FIA «com espírito de abertura e boa-fé»,
«Irei a esta audiência de mediação com a mesma atitude que mantive desde o início: calma, abertura e determinação. Espero que finalmente conduza a um diálogo sincero ao serviço de uma FIA mais moderna, justa e ligada aos seus membros.»
Tim Mayer também já havia criticado o processo eleitoral, quando anunciou que desistiu da candidatura. Acusou a FIA de «falta de transparência e de criar a ilusão de democracia».
As eleições à presidência da FIA estão agendadas para o próximo dia 12 de dezembro.