Diogo Jota e Arne Slot (IMAGO)
Diogo Jota e Arne Slot (IMAGO) - Foto: IMAGO

«Diogo foi um campeão, vamos levá-lo sempre connosco»: o sentido tributo de Arne Slot

Treinador do Liverpool falou da trágica morte do português

Arne Slot, treinador do Liverpool, falou sobre a tragédia que se abateu sobre a família dos reds e do futebol mundial, com a morte de Diogo Jota e do irmão, André Silva, vítimas de um acidente de viação em Espanha. Em declarações aos meios de comunicação do clube, o técnico mostrou orgulho ao recordar o português.

«Vamos levá-lo sempre connosco nos nossos corações, nos nossos pensamentos, onde formos. Talvez especialmente nos momentos difíceis», afirmou, falando do tributo do Liverpool: «Retirar a camisola dele era a única coisa que poderíamos e deveríamos ter feito.»

«O que me conforta é que no último mês de vida ele foi um campeão em tudo. Um campeão para a família dele, que é o principal e a coisa mais importante, porque casou-se. Campeão pelo seu país porque, porque venceu a Liga das Nações, [com] um país pelo qual ele se importava muito, porque usava a bandeira quando comemorávamos. E, claro, um campeão para nós ao vencer a Premier League», sublinhou.

«Em primeiro lugar, teve um grande impacto sobre nós, mas nada comparado à perda sentida pelos pais, pela mulher Rute e pelos filhos e pela sua outra família. O primeiro sentimento que todos nós temos é de tristeza. O segundo sentimento que me vem à cabeça é orgulho. Acho que os seus pais e a Rute podem estar muito orgulhosos do jogador e da pessoa que ele era — principalmente da pessoa. Falei com muitos dos colegas dele, com o staff e todos eles o valorizam muito e dizem o quão boa pessoa era. Que era sempre ele próprio. Portanto, deveriam ficar e ficarão muito orgulhosos se puderem ouvir o que todos os seus colegas de equipa e funcionários diriam sobre ele», disse.

«Em segundo lugar, acho que os nossos adeptos podem estar muito orgulhosos dos jogadores que temos neste clube. Viram-os vencer a liga, o que foi uma grande conquista, mas o que eles fizeram na última semana, com a união que tinham, o comportamento quando estivemos juntos em Portugal, os adeptos não poderiam ter pedido mais dos nossos jogadores em relação aos grandes seres humanos que são. Essas são as duas emoções. É claro que a primeira emoção da tristeza é muito mais forte do que a de estar orgulhoso. Mas são os dois», acrescentou.

O neerlandês falou também da visita a Anfield, com a mulher, para prestar homenagem ao jogador: «Sentimos que era a coisa certa a fazer, ir lá e mostrar o nosso respeito, a ele, ao irmão, à família, e ver — falando novamente de orgulho — a forma como os nossos adeptos demonstraram o quanto se importam com este clube (...) e, quando jogas por este clube, é inacreditável quando ganhas coisas, mas em momentos de tragédia, também acho inacreditável o que estes adeptos fazem.»

«Agora, desta vez, era a cidade inteira, não eram só os do Liverpool, mas também os adeptos do Everton. E não só nesta cidade, mas em todo o país e no mundo. Representar este clube nesta cidade agora significa ainda mais para mim e para minha mulher do que antes», sublinhou.

O recomeço será difícil: «O que disse aos jogadores, posso dizer aqui também. É muito difícil encontrar as palavras certas porque debatemos sempre o que é apropriado. O que é apropriado nas nossas ações? O que é apropriado [para] o que temos a dizer? Podemos treinar de novo? Podemos rir de novo? Podemos ficar com raiva se houver uma decisão errada? E disse-lhes que talvez o melhor a fazer é lidar com essa situação como o Jota. E o que quis dizer foi que o Jota sempre foi ele mesmo, não importava se estava a falar comigo, com os colegas, com o staff, sempre foi ele mesmo. Então, vamos tentar ser nós mesmos também. Então, se quisermos rir, rimos; se quisermos chorar, choramos. Se eles querem treinar, podem treinar, se não quiserem treinar, podem não treinar. Mas serem eles próprios, não acharem que precisam de ser diferentes do que as emoções lhes dizem.»

«Jota era um jogador que, quando as coisas era muito, muito difíceis, eu olhava para ele e dizia: 'Agora precisamos de algo especial de ti. ' E deu tanto nesses momentos (...) Estamos num momento muito difícil, vamos tentar fazer o que Diogo fez tantas vezes. Se for muito difícil, tentamos um pouco mais ou continuamos a tentar para que resulte», frisou, recordando que o português era um jogador de equipa: «Depois de vencermos o Tottenham ele queria ter uma foto em casa. Decidiu não levar uma dele, mas uma connosco, de toda a equipa, em frente aos adeptos.»

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