Liverpool homenageia Jota: «Esta cidade sabe como fazer o luto»

Num dia normal, a elevada afluência nas imediações de Anfield Road seria sinónimo de dia de jogo caseiro do Liverpool, um dos orgulhos da cidade jogava. Desde quinta-feira, dia 3 de julho, a normalidade foi substituída por uma dor lacinante após a morte de Diogo Jota.

Ao longo da última semana, as homenagens em Liverpool têm-se multiplicado e o jardim que rodeia Anfield deu lugar a um memorial do avançado luso, adornado por cachecóis, camisolas, molduras e até consolas. Um mar de amor em tempo de mágoa foi simbolizado por uma celebração da vida de Diogo Jota, organizada esta segunda-feira pelos reds.

Entre a divulgação de diversos vídeos que elucidavam os mais distraídos sobre o peso de Diogo Jota em Liverpool, dentro e fora de campo, houve espaço para diversas palavras de mínimo consolo, com destaque para as de John Aldridge, antigo goleador dos reds entre 1987 e 1989.

O ex-ponta de lança e atual presidente da Forever Reds, associação de antigos jogadores do Liverpool, ainda processa a perda de um dos jogadores mais queridos: «Ainda estou dormente. Estamos destruídos, não podemos acreditar no que aconteceu a um dos nossos jogadores, um dos nossos heróis.»

«Pensar nos filhos, na mulher e nos pais dele parte-nos o coração. Esta cidade sabe fazer o luto, já passou por Heysel (1985) e Hillsborough (1989)» afirmou Aldridge, recordando duas tragédias que envolveram o Liverpool nos anos 80.

O antigo ponta de lança, atualmente com 68 anos, antecipou ainda a dor sentida pelo atual plantel dos reds «Quando estiverem juntos vai ser um choque, vão ultrapassar mas vai ser duro.»

Diogo Jota, o rapaz da «música fantástica que não sai da cabeça», como conta Aldridge, faleceu aos 28 anos, vítima de um acidente de viação em Zamora (Espanha), juntamente com o irmão, André Silva.